Banqueiro alerta: novas sanções contra Rússia 'fariam a Guerra Fria parecer peça infantil'

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Uma nova rodada de sanções anti-russas, alegadamente sendo considerada pelos Estados Unidos, teria um efeito tão devastador que a rivalidade da Guerra Fria seria pálida em comparação, advertiu o gerente-geral da instituição bancária russa Sberbank, Herman Gref.

Novas e potencialmente abrangentes sanções dos EUA contra Moscou "fariam com que a Guerra Fria se parecesse com uma peça de criança", disse o CEO do maior banco comercial da Rússia ao jornal Financial Times. Ele chamou essas medidas de "irracionais".

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O banqueiro referiu a eventual exclusão de bancos e empresas russas do sistema de pagamento SWIFT — a rede global de serviços de mensagens financeiras seguras. Tal movimento teria sido considerado por políticos ocidentais desde que os EUA e a União Europeia (UE) inicialmente impuseram sanções contra a Rússia em 2014.

Agora, o Departamento de Tesouro dos EUA está preparando um novo documento sobre o que é denominado "entidades paraestatais" próximas ao presidente russo, Vladimir Putin, que inclui entidades estatais e empresas de oligarcas russas. O Tesouro dos EUA deverá apresentar seu relatório ao Congresso dos EUA já em fevereiro de 2018, informa o Financial Times.

No início de agosto, os EUA aprovaram legislação que impõe novas sanções econômicas contra três nações, incluindo a Rússia, o que praticamente impossibilitou o presidente Donald Trump de levantar as restrições introduzidas contra Moscou sem a aprovação do Congresso.

A lei também visava bancos e empresas de energia russas. Sob as restrições atuais, os bancos russos não podem aumentar a dívida em mercados ocidentais com prazo de validade superior a 14 dias.

O ato especifica especificamente que os EUA "continuarão a se opor ao gasoduto Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2), tendo em vista os impactos prejudiciais sobre a segurança energética da União Europeia, o desenvolvimento do mercado de gás na Europa Central e Oriental e as reformas energéticas na Ucrânia".

O movimento, contudo, tem alarmado os aliados dos EUA na Europa, que até mesmo consideraram medidas recíprocas no caso de novas sanções prejudicar as empresas europeias que trabalham em parceria com projetos energéticos russo-europeus.

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Moscou e Washington também estão envolvidos em uma disputa amarga sobre a propriedade diplomática russa apreendida pelos EUA no final de 2016, segundo afirmações de que a Rússia tinha uma mão nas eleições presidenciais dos EUA. Começou com a expulsão de 35 funcionários da embaixada russa pelo ex-presidente dos EUA, Barack Obama, no final de dezembro de 2016.

Obama ordenou ainda o fechamento de dois retiros de férias no campo russo em Maryland e Nova York. Os EUA não conseguiram devolver a propriedade da Rússia e impuseram novas sanções. Moscou cortou o número de funcionários diplomáticos dos EUA na Rússia para 455 em agosto.

Washington respondeu com uma ação mais hostil em setembro, dizendo a Rússia para fechar seu consulado-geral em São Francisco e missões comerciais em Washington e Nova York. Os serviços de segurança dos EUA também procuraram os dois compostos diplomáticos. Moscou disse que isso estava em "violação" do direito internacional, e que as propriedades eram simplesmente "ocupadas".

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