Por que os submarinos da Rússia estão deixando a OTAN muito preocupada?

© AP Photo / Dmitry LovetskyUm dos maiores submarinos nucleares russos construídos ainda na época da União Soviética é o Typhoon (Akula), que continua a ser o maior do mundo com cerca de 25.000 toneladas métricas (27.500 toneladas). Visto de frente no Mar de Barents, Ártico russo, nesta fotografia de setembro de 2001
Um dos maiores submarinos nucleares russos construídos ainda na época da União Soviética é o Typhoon (Akula), que continua a ser o maior do mundo com cerca de 25.000 toneladas métricas (27.500 toneladas). Visto de frente no Mar de Barents, Ártico russo, nesta fotografia de setembro de 2001 - Sputnik Brasil
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A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) está preocupada com a suposta ameaça colocada pela Rússia às redes de comunicação submarinas dos países que fazem parte dessa aliança, informa o jornal britânico Financial Times.

O comandante das forças submarinas da OTAN, Andrew Lennon, denunciou que a atividade dos submersíveis russos perto da rede de cabos interoceânicos de telecomunicações aumentou consideravelmente nos últimos anos, até chegar ao ponto mais alto desde a Guerra Fria.

"Acreditamos que [submarinos russos] podem ser equipados com sistemas capazes de manipular objetos no fundo do oceano, o que é preocupante porque nossas nações dependem muito da Internet e das comunicações", disse Lennon.

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Embora considere que a Rússia está "claramente interessada na infraestrutura submarina dos países da OTAN" e, em particular, nos canais de comunicação entre os EUA e a Europa, este almirante americano não afirmou que Moscou fez qualquer interferência nessas redes.

"Campanha de desinformação"

No entanto, essa publicação destaca que esta retórica sobre a suposta ameaça russa é parte da "campanha de desinformação" da OTAN, a fim de obter apoio popular para aumentar os gastos militares.

Na semana passada, o chefe das Forças Armadas do Reino Unido, Stuart Peach, declarou que as nações da aliança poderiam sofrer danos "catastróficos" se a Rússia atacasse a infraestrutura de telecomunicações submarinas.

"Essas declarações seguem o fio das horríveis histórias anti-russas, criadas para justificar a política agressiva da OTAN e o aumento do orçamento militar da aliança, [uma vez que] Peach deve saber perfeitamente que as comunicações entre os EUA e os países europeus dessa organização são feitos através de canais fechados por satélite, enquanto os produzidos por rotas submarinas são secundários", disse Igor Korotchenko, especialista em questões militares.

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Por sua parte, o embaixador da Rússia na OTAN, Alexander Grushko, acusou o bloco transatlântico de forçar uma corrida armamentista.

"Esta não é a nossa escolha [de Moscou.] Estamos convencidos de que a verdadeira segurança da Europa só pode ser alcançada através de cooperação entre todas as partes”, pontuou.

No entanto, as redes de comunicações submarinas foram alvo das agências de inteligência britânicas. O jornal britânico The Guardian descobriu um escândalo de espionagem, que revelou que a sede das comunicações do governo do Reino Unido (GCHQ, por sua sigla em inglês) explorou por anos a rede de cabos de fibra óptica que liga os cinco continentes para extrair todos tipo de comunicação.

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