'Quem é a favor da paz na Síria tem que apoiar a decisão de Moscou'

© Sputnik / Dmitry Vinogradov / Acessar o banco de imagensPilotos russos ao lado de um caça Su-24 na Síria
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A decisão de Vladimir Putin de retirar uma parte do contingente russo da Síria é um dos temas mais discutidos na mídia. Analistas militares e cientistas políticos comentam o assunto e tentam supor se a luta antiterrorista acabou mesmo.

A Sputnik Sérvia, por sua vez, falou com o coronel-general Branko Krga, ex-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Iugoslávia e atual professor na Academia de Diplomacia e Segurança de Belgrado. Para Krga, a decisão de Putin sobre a Síria é um modelo novo de reação às situações de crise.

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O coronel-general destacou que, apesar de esta ordem ser em alguns aspectos inesperada, ela poderá ser um modelo novo para as principais potências: cumpridas as tarefas, o exército desse país tem que se retirar e deixar que os políticos e militares locais resolvam os assuntos do seu país.

"Cada retirada de tropas significa que o apogeu da crise foi superado, neste caso concreto significa que o Daesh [grupo terrorista proibido na Rússia] foi derrotado. Quem é a favor da paz na Síria, de uma solução pacífica dos problemas, tem que apoiar a decisão de Moscou", declarou o ex-chefe do Estado-Maior iugoslavo.

Falando da continuação da presença do contingente estadunidense na Síria, Krga destacou que a presença dos EUA nunca é passiva, sempre acontece algo, e hoje em dia é difícil prever o que eles farão. Levando em consideração que Washington apoiou a oposição, o governo sírio não vai aceitar isso de modo favorável.

"Claro que as autoridades sírias estão preocupadas com isso, mas o comportamento dos EUA não surpreende: eles querem estar presentes nesta região instável, pois há muitos problemas que podem virar atuais de novo", explicou o interlocutor da Sputnik Sérvia.

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Para além disso, o coronel-general destacou as relações da Rússia com o mundo muçulmano. Durante os últimos meses, Vladimir Putin contatou logo com quatro dos centros importantes da região: Egito, Arábia Saudita, Iraque e Turquia.

"A arte de cooperar com os muçulmanos, aprendida na interação com suas próprias regiões, como a Inguchétia, Daguestão e Chechênia, é usada hoje em dia em um contexto mais amplo. Em termos políticos isso é uma prova do aumento da influência da Rússia, tanto no Oriente Médio como a nível global", frisou.

O ex-chefe do Estado-Maior também comentou o tema de Israel, não menos importante. Para Branko Krga, ninguém precisa de uma nova guerra, o importante é levar ao entendimento dos palestinos e israelenses que a solução apenas pode ser encontrada à mesa de negociações. O ex-comandante explicou que a filosofia de Israel é esperar pelo momento apropriado nas relações internacionais para usá-lo em seus interesses.

"Do ponto de vista dos interesses nacionais é uma filosofia bastante boa, mas surge a pergunta: até que ponto seria realista tal posição nas relações internacionais", resumiu Branko Krga.

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