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Brasil e Rússia lideram maiores revisões de crescimento econômico da ONU para 2018

© Rodolfo Buhrer/Fotos PúblicasONU revê projeção e agora espera expansão de 2% da indústria brasileira em 2018
ONU revê projeção e agora espera expansão de 2% da indústria brasileira em 2018 - Sputnik Brasil
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Brasil e Rússia são os dois países que tiveram a maior revisão de crescimento econômico feita pela ONU para 2018. Depois de prever, em meados do ano, alta de 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para o ano que vem, o organismo projeta agora um avanço de 2%, ao lado da Rússia. Para este ano a projeção é de alta de 0,7% e de 2,5% em 2019.

Para o professor de MBA da Fundação Getúlio Vargas do Rio (FGV-Rio) Mauro Rochlin, apesar de positiva, a estimativa da ONU é até conservadora, uma vez que está abaixo das projeções do mercado financeiro, colhidas pelo Relatório Focus do Banco Central, que reúne, semanalmente, as perspectivas para diversos indicadores junto as 100 maiores instituições financeiras do país. Em agosto, a pesquisa Focus apontava para uma alta de 0,3% do PIB este ano. Com a melhora dos índices — como redução da inflação, das taxas de juros, retomada da indústria e do varejo — agora começa a sinalizar para algo em torno de 1%.

"O que a ONU está fazendo e aproximando seu número do número que o mercado já prognostica e que é muito provável porque tivemos a divulgação do resultado do PIB no terceiro trimestre com um crescimento de 1,5% em cima do mesmo período do ano anterior", explica o professor.

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Quanto à divulgação da última ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que reduziu a taxa básica de juros (Selic) de 7,5% para 7%, a menor desde 1986, Rochlin faz uma observação: a autoridade monetária terá que se explicar ao Ministério da Fazenda sobre a mão pesada que adotou este ano na política de redução dos juros. Isso porque, com o corte das taxas, a inflação deve fechar o ano abaixo de 3%, ficando inferior ao próprio piso estimado de inflação, algo inédito na história recente do Brasil. Em vários anos, o Banco Central teve que se justificar por ter estourado o teto da meta da inflação.

"Um resultado desse parece ser bom, mas mostra que o BC foi inábil na condução da Selic. Esse número dá a entender que o Copom foi mais rigoroso do que devia, teve a mão mais pesada, o que impôs uma taxa de sacrifício maior à sociedade. O BC foi mais realista do que o rei", diz o professor da FGV-Rio.

A ata do Copom sinaliza uma possível nova redução da Selic, na próxima reunião em fevereiro, o que poderia levar a taxa dos atuais 7% para 6,75%. Para Rochlin, o que vai definir ou não um novo corte será o comportamento da inflação de janeiro que, historicamente, tende a ser maior, uma vez que o comércio precisa renovar estoques após as festas de fim de ano, e a indústria aproveita para tentar correções maiores de preço.

A notícia divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) dando conta de uma redução de 4,7% na próxima safra agrícola, apesar do aumento de 0,9% na área plantada, não preocupa o professor da FGV-Rio, apesar de a supersafra desse ano ter tido contribuição decisiva na queda dos índices de inflação.

"Apesar da queda de 4% prevista, neste ano a expansão da safra foi de cerca de 5%, um número excepcional. Mesmo que a gente registre queda de 4%, ainda assim temos uma colheita que não é de se desprezar. Se os hortifrutis ajudarem, podemos ter os alimentos de novo contribuindo para um número bom da inflação do ano", conclui Rochlin.

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