E se futuro dos EUA e da Coreia do Norte fosse definido nas profundezas do mar?

© AP Photo / Ha Kyung-minSubmarino nuclear norte-americano USS Michigan se aproximando da base naval de Busan, Coreia do Sul, 13 de outubro de 2017
Submarino nuclear norte-americano USS Michigan se aproximando da base naval de Busan, Coreia do Sul, 13 de outubro de 2017 - Sputnik Brasil
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Pyongyang deixou claro que quer desenvolver toda sua frota de submarinos de mísseis balísticos. Se Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão não optarem pela guerra com a Coreia do Norte nesta crise nuclear e encontrarem algum tipo de gesto de afrouxamento, alguns dizem que os norte-coreanos terão caminho livre para projetar submarinos avançados.

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Pelo menos isso é o que afirma o artigo publicado pelo site de notícias Asia Times, onde se desenvolve um cenário semelhante ao que fizeram os Estados Unidos e a União Soviética com seus submarinos durante a Guerra Fria. Um míssil balístico lançado de um submarino norte-coreano poderia, em teoria, atingir a costa continental norte-americana muito facilmente.

"Embora a capacidade de Pyongyang de construir mísseis balísticos para ser lançados de submarinos esteja em estágio inicial, isso não significa que se deva excluir a possibilidade de que o país acabe por construir, em algum dia, um míssil capaz de se esconder sob as vastas águas do oceano Pacífico", adverte Asia Times.

E se Kim Jong-un pôr as mãos em um submarino nuclear?

Também é possível que Pyongyang possa desenvolver submarinos nucleares. O país já calou vozes ocidentais que acreditavam ser impossível o desenvolvimento de míssil balístico intercontinental pelos norte-coreanos. E aí está. Pelo mesmo caminho segue a sua frota de submarinos, que continua avançando, diz o jornal.

Apesar de os submarinos nucleares serem muito mais caros e difíceis de construir do que navios diesel-elétricos convencionais, eles são também mais rápidos e potentes.

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Além disso, têm maior alcance, uma vez que podem permanecer debaixo d'água durante muito mais tempo sem ter que subir à superfície nem sequer para reabastecimento de combustível.

Asia Times também citou as palavras de Richard Bitzinger, coordenador do Programa de Transformações Militares, do Instituto de Estudos Internacionais de S. Rajaratnam (Índia):

"Isso demoraria décadas. Instalar em um submarino reatores nucleares que sejam seguros e pequenos é realmente complicado."

O professor adverte que Pyongyang só seria capaz de colocar mísseis balísticos em submarinos a diesel, como parece que estão fazendo. Os sistemas de propulsão a diesel avançados são suficientemente furtivos e podem percorrer longas distâncias, de acordo com Bitzinger. "Sobretudo os que trazem as novas baterias de lítio", acrescenta.

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Bitzinger não é o único a pensar desta forma. Em setembro, o jornal japonês Sekkai Nippo alertou que a Coreia do Norte estaria construindo, clandestinamente, um submarino nuclear, para começar a usá-lo em 2020.

Em que fase está agora Pyongyang?

Asia Times lembra que o último teste norte-coreano com um míssil balístico a bordo de um submarino aconteceu em agosto de 2016 e foi, aparentemente, realizado com sucesso. Os detalhes sobre o lançamento do Pukkuksong 1 não são bem conhecidos, mas tudo indica que sua faixa de alcance é de 500 km e continua aumentando, pois o site 38 North, especializado no país asiático, aponta que o programa da Coreia do Norte segue firme e forte.

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Vale relembrar as imagens de satélite capturadas em meados de novembro. As fotos mostram como a Coreia do Norte preparou uma plataforma submersível para levar a cabo um segundo teste sob o mar perto do estaleiro Nampo da Marinha norte-coreana.

Se a tensão entre os coreanos e a tríade formada por americanos, sul-coreanos e japoneses continuar elevada, um "presente" de Pyongyang pode vir a ser enviado para um inimigo, desta vez sob o oceano, afirmam especialistas.

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