Ex-secretário dos EUA: contra Pyongyang, Seul e Tóquio deveriam ter armas nucleares

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Lançamento do míssil balístico intercontinental Hwasong-15 que teve lugar na noite de 28 para 29 de novembro - Sputnik Brasil
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Um ex-secretário dos Estados Unidos afirmou que seria "preferível" que a Coreia do Sul e o Japão pudessem adquirir capacidades nucleares independentes de Washington diante da crescente ameaça nuclear representada pela Coreia do Norte.

Na opinião de William Perry, que serviu ao governo do ex-presidente Bill Clinton entre 1994 e 1997, o melhor caminho hoje para Seul e Tóquio seria desenvolver suas próprias armas nucleares, ao contrário do envio de armamentos estadunidenses para os dois países.

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"Eu não acho necessário ou desejável desdobrar armas nucleares novamente na Coréia do Sul e no Japão", disse Perry em um fórum, de acordo com a agência sul-coreana Yonhap. "Mas acho que é preferível que esses países consigam uma força nuclear independente".

Na Coreia do Sul, opositores do presidente Moon Jae-in vem usando o Parlamento para criticar a conduta do governo, pregando que é impossível trazer Pyongyang para a mesa de negociações e que é tempo de Seul ter as suas próprias armas nucleares.

No Japão, o primeiro-ministro Shinzo Abe pode oferecer ao Legislativo nos próximos meses uma proposta de rever a Constituição do país que proíbe uma série de iniciativas militares, algo que perdura desde o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Para Perry, os EUA deveriam primeiro fornecer "uma garantia sólida" a ambos os aliados de que seu compromisso com a dissuasão prolongada na região é "real e será honrada" – uma dúvida recorrente desde que o presidente Donald Trump assumiu o país.

"Se pudermos fazer isso, ao longo do tempo trabalharemos com a Coreia do Norte para impedir que eles obtenham um arsenal nuclear", afirmou. "Eu não vejo isso acontecer hoje. Penso que temos que estabilizar a situação com nossos aliados primeiro".

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Quando Perry integrou o governo Clinton, EUA e Coreia do Norte firmaram um acordo para que Pyongyang suspendesse o seu programa militar, em troca de ajuda econômica. Contudo, a proposta acabou não resistindo aos anseios norte-coreanos e não perdurou.

Na semana passada, o governo norte-coreano lançou um novo míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês), o Hwasong-15, que seria capaz de atingir qualquer parte dos EUA, levando consigo uma ogiva nuclear.

O mais recente teste acirrou ainda mais as tensões já altas na península, com Washington reforçando que aceita negociar com Pyongyang, desde que os norte-coreanos congelem o seu programa nuclear – algo que a Coreia do Norte se recusa a fazer em prol da sua soberania.

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