Ucrânia terá colocado nas mãos dos houthis armas usadas contra Emirados Árabes Unidos?

© AP Photo / Hani MohammedHouthis no Iêmen
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Em 3 de dezembro, os rebeldes houthis anunciaram o lançamento de um míssil de cruzeiro a partir do Iêmen contra uma usina nuclear em construção em Abu Dhabi, segundo informou a agência Saba.

Os especialistas acreditam que o projétil poderia ser uma cópia do míssil Kh-55, vendido pela Ucrânia.

As autoridades dos Emirados Árabes Unidos (EAU) negaram que o projétil teria danificado o local das obras. Além disso, a Agência Nacional de Gestão de Emergências disse que Baraka, assim se chama a usina, é "imune" aos ataques, já que conta com a segurança inerente a um "gigantesco projeto nacional".

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Os rebeldes, apoiados pelo Irã, estão atacando há anos com mísseis balísticos o território dos países integrantes da coalizão árabe que intervém no Iêmen. Segundo os especialistas que analisaram as imagens do lançamento, o último ataque contra a usina nuclear poderia ter sido realizado com um míssil de cruzeiro, informa o Nezavisimaya Gazeta.

De acordo com algumas estimativas, após a queda da URSS, os dirigentes ucranianos vendiam sem controle o legado soviético a terceiros países, incluindo a China e o Irã. Foi assim que os especialistas iranianos produziram o seu míssil Soumar, uma cópia do Kh-55 capaz de levar ogivas nucleares de 200 quilotons a uma distância de 3.000 km.

Os mísseis soviéticos foram vendidos para o Irã no início do século, um fato revelado pelo então ministro da Defesa da Rússia, Sergei Ivanov, e posteriormente reconhecido pela Promotoria da Ucrânia. Já em 2015, o Irã apresentou o Soumar, que se parece muito ao Kh-55.

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Em comparação com os mísseis balísticos, os mísseis de cruzeiro são mais compactos e podem ser transportados para o Iêmen discretamente. O recente lançamento contra o território dos EAU é visto como uma mensagem para seus inimigos da Arábia Saudita. Perante esta situação, a monarquia árabe se pode ver diante de um difícil dilema: ceder perante as forças pró-iranianas na península e aceitar negociações de paz, ou prepararem-se para uma escalada de ataques com mísseis com consequências imprevisíveis, conclui o artigo.

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