Especialista: Rússia é o peso que poderia equilibrar a balança do Ocidente

© Sputnik / Aleksei Druzhinin/Anton Denisov/Serviço de imprensa do presidente russo  / Acessar o banco de imagensEstrela de rubi de uma das torres da fortaleza do Kremlin. Ao fundo, Grande palácio do Kremlin (foto de arquivo)
Estrela de rubi de uma das torres da fortaleza do Kremlin. Ao fundo, Grande palácio do Kremlin (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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O colapso da União Soviética contribuiu para que o imperialismo e as tendências antissociais voltassem a estar na agenda. Nos últimos anos, outros países têm se aproveitado disso. É a opinião de Nicolas Bonnal, jornalista, que recorda que a Rússia é um peso que equilibra uma balança que pende há anos para o lado ocidental.

"O colapso da União Soviética acabou com qualquer perspectiva de política social. O declínio social da Europa alemã liberal é caracterizado pelo regresso do trabalhador escravo", assinalou Bonnal.

O jornalista recordou as palavras da escritora Rebecca Toledo:

"O fim da União Soviética e da Revolução russa foram seguidos por um aumento do número de agressões imperialistas por todo o mundo. Iraque, Somália, Iugoslávia, Afeganistão, Líbia e Síria. Os EUA invadiram todos estes países depois de se terem livrado do contrapeso que a URSS representava. Este é um sinal indiscutível tanto de sua importância como um contrapeso às guerras imperialistas, como uma inspiração, as bases do socialismo e a emancipação dos povos."

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Precisamente pelos os motivos que Toledo mencionou, Bonnal aponta que desde 2000 a Rússia está novamente na mira dos EUA. Ele cita também as palavras de Emmanuel Todd, que em sua obra "Depois do Império" ressalta que os EUA falham em suas tentativas de acabar com a Rússia ou, ao menos, de a isolar.

Embora agora a Rússia seja acusada de todos os males totalitários [mas, completamente inventados], há um ponto indiscutível, segundo Todd, em que a Rússia se mostrou como um país muito longe da imagem descrita pela mídia da corrente dominante:

"Ela [a Rússia] destruiu por si mesma o regime totalitário mais forte de todos que existiram na história humana. Sem recorrer à violência, a [Rússia] permitiu que os países do Leste Europeu se tornassem independentes, que foram seguidos pelas repúblicas do Báltico, do Cáucaso e da Ásia Central. Mas não resistiu quando o ‘núcleo russo’ de seu estado se dividiu entre a Bielorrússia e Ucrânia. Aceitou o fato que a presença de grandes minorias de língua russa na maioria destes novos estados não representa um obstáculo à sua independência."

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De acordo com Todd, o mundo precisa do “universalismo russo”, que garante uma visão que encara as relações internacionais de forma igualitária e justa. A URSS bolchevique atraía para seu governo e promovia a altos cargos representantes bálticos, georgianos, armênios, judeus. "Os povos eram tratados como iguais", tal como o fez a França.

"O universalismo russo não pode senão contribuir positivamente para o equilíbrio do mundo", diz Todd em "Depois do Império", acrescentando que "sem a potência soviética como um símbolo de igualdade, se desataram as tendências de desigualdade nos EUA, em Israel, etc."

A conclusão de Todd é clara, aponta Bonnal: "Se a Rússia não se afogar na anarquia ou autoritarismo, pode se tornar em um fator fundamental para o equilíbrio [mundial]: uma nação forte, mas não hegemônica, que reivindica a igualdade nas relações entre as nações."

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