China está negando vistos a alemães com 'nomes que soam turcos'

© AP Photo / Ng Han GuanGerman and Chinese national flags are attached to a lamp post on Tiananmen Square (File)
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As autoridades de imigração chinesas estão negando os vistos dos alemães para visitar a China, porque eles têm nomes que soam turco. A Associação das Câmaras Alemãs de Indústria e Comércio suspeita que o apoio da Turquia aos uigures na China está relacionado à negativa.

A Associação das Câmaras Alemãs de Indústria e Comércio (DIHK) tem indicações de que "o consulado chinês não está emitindo vistos para empresários alemães com nomes turcos", disse o chefe do comércio exterior da organização, Volker Treier, à revista alemã de negócios Wirtschaftswoche na sexta-feira.

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Treier advertiu que a questão poderia afetar as relações comerciais entre a China e a Alemanha. Em 2016, o volume de negócios entre os dois países foi de € 169,9 bilhões (R$646 bilhões). Mais de 5.000 empresas alemãs estão presentes na China, em comparação com 900 empresas chinesas na Alemanha. As empresas alemãs têm cerca de € 70 bilhões (R$267 bilhões) em investimentos chineses e empregam cerca de um milhão de funcionários locais

De acordo com a Wirtschaftswoche, o consulado chinês na Alemanha está rejeitando pedidos de vistos de empresários com nomes turcos e turistas que passaram longos períodos de tempo na Turquia.

Uma razão é a política da Alemanha em relação às ondas de migrantes que chegaram na Alemanha desde o Oriente Médio desde 2015. O governo chinês acredita que a Alemanha não exerceu controle suficiente sobre suas fronteiras durante o ponto alto da crise dos migrantes em 2015 e "aparentemente teme que haja terroristas ou ativistas turcos entre os requerentes de vistos".

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De acordo com o relatório, a DIHK suspeita que o principal motivo para a dificuldade do visto seja "relações tensas entre a China e a Turquia" sobre os uigures, um grupo étnico turco muçulmano que vive predominantemente na Ásia Oriental e Central. A maioria dos uigures, mais de dez milhões, vive na província autônoma do Xinjiang, no oeste da China.

A China acusou ativistas uigures de extremismo religioso e terrorismo e implementou uma repressão antiterrorista. A Turquia acusou Pequim de perseguir o grupo e ofereceu hospedagem a refugiados vindos da China.

Apesar dessas diferenças, em agosto, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, e seu homólogo turco, Mevlut Cavusoglu, se reuniram para iniciar cooperação reforçada em segurança e as medidas antiterroristas. Em uma coletiva de imprensa conjunta, Wang disse que Cavusoglu garantiu que Ankara "não permitiria nenhuma atividade anti-China" no país.

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