Ex-agente da CIA: presidentes dos EUA são marionetes nas mãos dos serviços secretos

© REUTERS / Kevin LamarqueO presidente dos EUA Donald Trump
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O ex-analista da CIA, Ray McGovern, disse à Sputnik Alemanha que a política internacional de Trump é definida pelos serviços secretos dos EUA. Segundo ele, os serviços secretos, a mídia e a política impedem que o presidente dos EUA, Donald Trump, melhore as relações com a Rússia.

De acordo com o especialista, Trump "gostaria de realizar uma política mais racional em relação à Rússia, mas ele não pode fazer isso devido à mídia, serviços secretos e vendedores de armas".

McGovern sublinhou na entrevista à Sputnik Alemanha que o financiamento dos serviços secretos dos EUA aumentou 3 vezes desde o 11 de setembro de 2011. Quanto às relações entre a Rússia e os EUA, a campanha sobre a alegada interferência de Moscou nas eleições presidenciais estadunidenses em 2016, lançada pela mídia norte-americana, bem como as afirmações que Trump se tornou presidente graças ao apoio da Rússia, impedem que o presidente dos EUA realize a outra política em relação à Rússia.

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Nos anos 1980, Ray McGovern foi analista da CIA e especializou-se em União Soviética. Ele trabalhou na CIA durante 27 anos e acompanhou sete presidentes norte-americanos. Agora ele é um dos fundadores da organização Profissionais Veteranos da Inteligência pela Sanidade (VIPS, na sigla em inglês) que tem como objetivo denunciar o uso abusivo da informação pelos serviços secretos.

Durante a campanha eleitoral de 2016, ele esperou que a vitória de Trump pudesse contribuir para a mudança de rumo político de Washington em relação a Moscou. Entretanto, ele entendeu que o novo presidente pode ser enganado pelos serviços de inteligência e administração em Washington através de informações incorretas.

Ao mesmo tempo, ele sublinha que Donald Trump é um político imprevisível. Por exemplo, o ataque dos EUA na Síria, realizado após uma suposta utilização de armas químicas em 4 de abril na província síria de Idlib, foi lançado antes de ele receber uma informação mais detalhada sobre o assunto.

"Em minha opinião, o presidente é absolutamente imprevisível, não importa se a CIA lhe diz alguma coisa ou não. Se o presidente é absolutamente imprevisível, e se devemos contar com os militares para travá-lo, então estamos em perigo!", disse ele.

Segundo McGovern, na administração de Trump há muitos generais de alta patente. "Temos um governo militarizado com um presidente imprevisível. Possivelmente, isso não é o pior, porque os militares sabem o que é a guerra", sublinhou ele.

"Se eu fosse Putin [presidente da Rússia Vladimir Putin], eu tomaria em conta que nunca se pode ter a certeza do prazo de validade dos acordos com o presidente dos EUA. Falo não apenas sobre Trump, também falo de Obama [Barack Obama, ex-presidente dos EUA]", disse o ex-analista da CIA.

Ele lembrou sobre a trégua na Síria aprovada por Putin e Obama em setembro de 2016, que depois foi violada pelos norte-americanos.

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McGovern falou também sobre a influência do "Deep State" (governo oculto) composto pelos serviços de inteligência, militares e indústria de defesa.

Em 3 de janeiro, o senador norte-americano Chuck Shumer declarou, em uma entrevista ao canal de televisão MSNBC, que o presidente Donald Trump cometeu um erro desencadeando uma guerra com os serviços de inteligência e que ele deve ser mais cauteloso. Depois dessa declaração, a apresentadora anunciou uma pausa em vez de lhe perguntar: "O presidente dos EUA deve ter medo dos serviços de inteligência? O que é que você quer dizer?" McGovern lamenta que esse incidente tivesse sido ignorado pela mídia, o que, por sua vez, caracteriza a postura da mídia dos EUA em relação ao "Deep State".

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