Pokémons atacam: EUA têm medo até mesmo da intervenção de jogos eletrônicos

© Foto / PixabayPokemon Go
Pokemon Go - Sputnik Brasil
Nos siga no
A destreza dos hackers russos parece não ter limites: segundo o canal CNN, Donald Trump se tornou presidente dos EUA não só graças à compra de propagandas políticas no Facebook por bots políticos russos, mas também com ajuda de… pokémons.

Pessoas vestidas de chapéus de 'Picachu' tiram fotos durante a parada dos fãs de Pokemon Go - Sputnik Brasil
Deu ruim: Festival de Pokémon Go termina em vaias e garrafas arremessadas
Não é brincadeira, jornalistas afirmam que a Rússia tentou "influenciar na situação norte-americana" através do jogo para smartphones Pokémon Go, onde jogadores buscam criaturas em um mundo virtual baseado no mapa real.

Segundo o CNN, trata-se da campanha "Não atirem em nós" [Don’t Shoot Us, na sigla em inglês], cujos perfis foram registrados nas redes sociais. O canal vai além ao comunicar que os organizadores da campanha usaram os dados da plataforma para cobrir inúmeros casos de violência policial contra afro-americanos.

O canal de televisão ressaltou que todos os vídeos da campanha no YouTube estão ligados ao site donotshoot.us, registrado em Illinois. Por sua vez, as referências do site indicaram para um perfil no Tumblr, que em julho de 2016 anunciou uma competição no jogo Pokémon Go.

Os participantes da competição teriam sido encaminhados aos locais dos incidentes ligados à violência policial, bem como teriam sugerido nomear seus pokémons com os nomes dos afro-americanos mortos. Em particular, a informação sobre a competição foi divulgada pelo  pokémon chamado Eric Garner – homem negro de Nova York, que morreu durante detenção policial.

O que a Rússia tem a ver com isso? O CNN tem "provas" do envolvimento russo nesse "Pokemongate" (alusão ao caso Watergate – escândalo político que levou à demissão do então presidente dos EUA, Richard Nixon). Segundo o CNN, o perfil da campanha no Facebook estaria ligado à empresa russa Internet Research Agency, considerada pelo canal como "pró-Kremlin".

Pokémons controlados

Moscou reagiu com tolerância às acusações. "Na lógica do CNN, afro-americanos definem sua posição civil jogando Pokémon. É assim, desta forma sem talento, que o canal de televisão explica os problemas raciais atuais nos EUA. Mais uma vez, a culpa é dos russos… e dos pokémons controlados por eles", escreveu no Facebook a representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova.

O CNN, segundo o senador Aleksei Pushkov, "várias vezes foi acusado de propagar notícias falsas". "Eles veem agentes e espiões por toda a parte. Agora encontraram apanhadores de pokémons nocivos", escreveu ele no Twitter.

Na opinião do político, o canal "tem que tratar o problema da hostilidade racial nos EUA, onde a polícia mata cidadãos negros, ao invés de enlouquecer com teorias falsas sobre pokémons".

Tudo em vão

Líder norte-coreano Kim Jong-un observa teste de um míssil - Sputnik Brasil
Capacidade inimaginável: hackers norte-coreanos esperam ordem para destruir Coreia do Sul
Depois de quase um ano das eleições presidenciais nos EUA, o tema da "intervenção" da Rússia é revestido com mais e mais "detalhes". Anteriormente, a rede social Facebook disse que, no decorrer da campanha eleitoral nos EUA, bots russos teriam comprado propaganda na rede para influenciar no processo eleitoral.

A diretora-executiva da companhia, Sheryl Sandberg, contou que o Facebook publica os dados sobre para quem era direcionada a "propaganda russa", depois de se tornar pública. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou que Moscou não tem nada a ver com isso.

O medo da "mão do Kremlin" atingiu até mesmo Hollywood: em setembro, o famoso ator norte-americano Morgan Freeman acusou a Rússia de estar atacando os EUA. Ele mesmo, à propósito, contracenou o papel de presidente dos EUA no filme "Impacto Profundo". Mais tarde, o ator desempenhou o papel de Deus no filme "Todo Poderoso", onde deu força ilimitada ao personagem de Jim Carrey. Tudo indica que a força sem limites foi dada desta vez aos hackers russos.

Contudo, europeus não acreditam muito no que as mídias ocidentais escrevem, tampouco nos truques norte-americanos: mais de 40% dos habitantes da França, Alemanha e Polônia estão certos de que os EUA são os maiores influenciadores nas eleições de outros países, ao invés da Rússia. Os dados da pesquisa realizada pela agência sociológica francesa IFop a pedido da Sputnik-Opinião comprovam isso.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала