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'Conhecimentos nucleares' russos podem ajudar Brasil a alcançar seus objetivos ambiciosos?

© AFP 2023 / VANDERLEI ALMEIDAConstrução de Angra 3 em abril de 2011
Construção de Angra 3 em abril de 2011 - Sputnik Brasil
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Angra 3, um projeto de usina nuclear congelado, poderá ter chance de contar com ajuda da estatal russa Rosatom para conclusão das obras.

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Especialista em assuntos da energia nuclear, Aleksandr Uvarov, diretor do centro informativo AtomInfo, analisa em um comentário para serviço russo da Rádio Sputnik as perspectivas desta cooperação bilateral.

Falando se é fácil continuar obras iniciadas por outros especialistas, Uvarov destacou, dando como exemplo Busher (usina nuclear iraniana construída com apoio da Rússia), que não é uma tarefa fácil, porque começar do zero é sempre melhor.

"A tecnologia e a documentação são diferentes. Para além disso, antes de começar a continuação das obras é necessário verificar o que já existe, pode ser que alguma coisa tenha que ser substituída. É bem difícil", explica Uvarov.

Se isto é bem problemático, surge a questão: para que fins continua a Rússia interessada em projetos semelhantes?

Em caso especifico do Brasil, esclarece Uvarov, a Rosatom pode participar na continuação das obras e até ganhar lucro com esta cooperação.

"Acho que o problema principal [do Brasil] não é o projeto, equipamento e até dinheiro. Acho que eles simplesmente desaprenderam de construir usinas nucleares. Eles precisam de alguém que chegue e diga: 'Você tem de fazer assim e assim'", opina o especialista russo.

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Segundo ele, parece que os brasileiros estão interessados, em primeiro lugar, na vinda de pessoas experientes que possam ajudar a finalizar as obras de Angra 3. Para que esta cooperação seja lucrativa para ambas as partes, de acordo com Uvar, a Rosatom tem que apresentar algumas condições adicionais.

"Como faz a China, por exemplo, na Argentina. Eles dizem 'nós damos dinheiro para vocês poderem construir a usina, mas a próxima já será construída com o nosso reator. Se a Rosatom puder fazer algo parecido no Brasil, seria interessante", frisou Uvarov.

Com este esquema ambas as partes podem ganhar, assegura Aleksandr Uvarov, o Brasil, lembra ele, desde o século XX que tem planos para construir 60 usinas, algo que parece bem ambicioso, mas pouco real. A Rosatom, por sua vez, tendo uma experiência grande na área da cooperação internacional, não "escolhe" por acaso os projetos no estrangeiro, e se já se fala sobre cooperação com Brasil, talvez se trate de condições lucrativas.

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Vale lembrar que da construção anterior de Angra 3 se esteve ocupando a Alemanha, especificamente a Siemens, mas como esta empresa saiu do funcionamento na área nuclear, as obras pararam. Quando a empresa não pratica em obras de construção de usinas nucleares, ela perde, aquilo que, como confessou Uvarov, se chama de "conhecimento nuclear". Como a Alemanha já não é tão profissional nesta área, o Brasil procura outras alternativas.

As obras de Angra 3 foram paralisadas dois anos atrás, em 2015, depois de acusações de corrupção contra as empresas contratadas para a montagem da usina e de atrasos nos pagamentos pela Eletrobras.

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