Efeito bola de neve: Referendo catalão reacende iniciativas independentistas em Gales

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À medida que os líderes separatistas prometem prosseguir com o polêmico voto de independência da Catalunha, desafiando o governo central da Espanha, os homólogos do País de Gales acreditam que esta pode ser a plataforma perfeita para que possam surgir movimentos semelhantes.

Os ativistas da independência no País de Gales têm observado atentamente os desenvolvimentos em torno da crise catalã, onde separatistas planejam realizar um referendo sobre a independência no domingo 1 de outubro, apesar de ser proibido por Madri — e agora continuam convencidos de que uma mesma votação pode ser replicada em seu país.

© Sputnik / Elena Shesternina / Acessar o banco de imagensParticipantes na greve nas ruas da Catalunha ao apoiar o referendo para independência e secessão da Catalunha da Espanha
Participantes na greve nas ruas da Catalunha ao apoiar o referendo para independência e secessão da Catalunha da Espanha - Sputnik Brasil
Participantes na greve nas ruas da Catalunha ao apoiar o referendo para independência e secessão da Catalunha da Espanha

Embora ainda não exista um mandato oficial para um referendo de independência sobre se o País de Gales deve deixar o Reino Unido, ao contrário do realizado na Escócia em 2014, a organização YesCymru insiste que agora existe uma crescente onda de opinião que respalda a chamada.

Iestyn ap Rhobert, presidente da YesCymru, diz que está "absolutamente certo" que o País de Gales tem o que é preciso para a independência, tendo se inspirado na energia e no controle testemunhado na Catalunha.

"Estou absolutamente certo disso, o País de Gales tem o que é preciso para se independizar", disse Rhobert à Sputnik.

"A Palavra com I"

Historicamente, todas as vezes em que a palavra independência soava nas rodas de poderes galesas, era rapidamente abatida por partidos unionistas no País de Gales.

"Era derrubado por pessoas que prefeririam ver Westminster [governo britânico] governar Gales", continua o Rhobert. "A independência ainda é vista por alguns como uma palavra suja. A independência é a emancipação, a liberdade é o direito para o País de Gales se governar. E quanto mais você fala sobre os benefícios da independência para as pessoas, mais elas se tornam confiantes, mesmo aqueles anteriormente céticos sobre a independência, a resposta que tendemos agora é positiva".

O representante da YesCymru admitiu que nem todos estão convencidos pela independência, admitindo que os "sindicalistas do núcleo duro" ainda são conquistados por qualquer mudança.

"Mas a maioria das pessoas está bastante aberta à independência agora", ressalta o Sr. Rhobert.

Poder para se autogovernar

Seu partido encomendou duas pesquisas de YouGov em 2016 e, em ambas as ocasiões, mostrou um crescente apoio à independência no País de Gales — inclusive nos centros tradicionais do Partido Trabalhista.

"A última pesquisa que fizemos, 40% dos eleitores trabalhistas realmente a apoiariam. Agora, se você tiver em mente que ainda não há uma campanha oficial para a independência, [o resultado] é encorajador", diz Rhobert.

​Apoiadores da YesCymru têm ajudado na campanha de independência na Catalunha, tendo auxiliado no voto de independência escocês anteriormente. Rhobert insiste que o voto catalão é importante, não só porque a área tem problemas semelhantes aos que enfrentam no País de Gales e na Escócia — não tendo o poder de se governar adequadamente, especialmente em termos fiscais.

"Sabemos que a Catalunha produz 20% da riqueza do Estado espanhol", diz ele.

Direito à autodeterminação

O Partido da Independência Galesa, explica o presidente, acredita que cada país tem direito à autodeterminação conforme estabelecido na Carta das Nações Unidas.

"[A Carta] afirma que temos o direito de nos tornar um país totalmente funcional por nosso próprio direito, com total controle sobre as políticas estrangeiras e em acordo com os direitos nacionais", disse Rhobert à Sputnik.

Além das fortes relações com os ativistas da independência na Catalunha, a YesCymru também estabeleceu vínculos com homólogos do País Basco, Bretanha e Escócia.

​Enquanto isso, enquanto o impasse continua na Espanha, os separatistas e o governo catalão regional insistem em continuar as eleições, apesar de o voto ser banido pelo tribunal constitucional do país. As preocupações foram expressas pela União Europeia sobre o tratamento do caso por Madri na sequência de uma série de prisões envolvendo líderes do governo na Catalunha. Um alto funcionário da UE em Bruxelas foi citado como dizendo: "Estamos muito preocupados com a situação catalã. Estamos seguindo com preocupação".

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