Analista russo: na base em Djibuti China levou em conta experiência do Iraque e Síria

© AP Photo / Wu Dengfeng / Agência de notícias XinhuaBase militar da China em Djibuti
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As tropas chinesas deslocadas na base do exército de Libertação Popular (PLA, na sigla em inglês) em Djibuti realizaram os primeiros exercícios de tiro de grande escala. Ao mesmo tempo, na Internet chinesa apareceram matérias mais detalhados sobre o planejamento dessa primeira estrutura militar permanente da China no estrangeiro.

Vasily Kashin, analista militar russo, comentou à Sputnik China as peculiaridades da base e as tarefas que se colocam aos militares chineses.

Segundo os dados publicados, a estrutura em Djibuti foi construída em forma de fortaleza, protegida por um muro maciço de concreto, com torres de vigilância e um portão fortificado. Em frente e ao longo de todo o perímetro do muro, foram erigidas duas barreiras de concreto. O muro é equipado com uma galeria, à semelhança das fortalezas da época medieval, o que permite aos soldados disparar a partir da sua parte superior.

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Na construção das fortificações foi levada em conta toda e experiência das ações militares dos últimos anos no Iraque e na Síria, onde os autocarros com explosivos e veículos armados se tornaram o principal meio de assalto das posições fortificadas. A base chinesa está preparada exatamente para tal cenário – o caos no país e tomada do poder pelos radicais. Ela está equipada para funcionar em condições de fortaleza cercada.

Os preparativos para um cenário desfavorável não se limitam à construção de muros resistentes. A plataforma de helicópteros no centro da base é maior que o habitual, o seu comprimento é de 400 metros. Isto foi feito de propósito para que possa aceitar as cargas de paraquedas dos aviões de transporte. De tal modo, a base pode ser abastecida do ar se ficar cercada no terreno e o aeroporto em Djibuti ficar inacessível.

Quase toda a infraestrutura necessária para a vida do pessoal na base e a assistência aos navios que a visitem fica dentro do perímetro fortificado. Inclui um amarradouro capaz de receber simultaneamente 2-3 grandes navios de guerra (destroieres e fragatas), armazéns de combustível, de cargas secas, alojamentos, posto de comando, hangares para equipamentos, salas para reuniões e outros eventos. A base também tem construções subterrâneas. 

Supõe-se que o aquartelamento de grupos das forças especiais com helicópteros pesados Z-8F na base permite realizar, caso seja necessário, operações especiais (por exemplo, salvamento de navios capturados por piratas) à distância de várias centenas de quilómetros, bem como a evacuação de doentes e feridos dos navios chineses que navegam na região do Corno de África.

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Antes foi dito que a proteção da base é garantida por uma companhia de fuzileiros navais, equipada com veículos armados ligeiros, armas de infantaria ligeira e sistemas de mísseis antitanque. Caso seja necessário, o navio que se encontra na base poderá garantir a sua defesa aérea.

De fato, o projeto chinês permite obter vantagens máximas de um território mínimo (cerca de 36 hectares), alugado pela China. O funcionamento da base assegura a segurança máxima da estrutura. O pessoal só pode sair dos limites da base em dois casos – para realizar exercícios no polígono (similares aos que tiveram lugar há pouco) e para viajar ao aeroporto.

A ausência do seu próprio aeródromo é o único defeito da base chinesa. Os EUA têm o seu próprio aeródromo em Djibuti, que é usado, em particular, para posicionamento de drones militares. Contudo, o número do pessoal da base norte-americana é muito maior: 4500 homens.

Ao mesmo tempo, a China planeja investir mais na construção do segundo aeroporto internacional em Djibuti e, se for necessário, usar a infraestrutura local nos interesses da sua aviação. Então, a presença militar da China nesta região estratégica foi preparada minuciosamente e se reveste de um caráter de longo prazo. A China demonstrou grandes capacidades de construção de estruturas militares tecnicamente complexas no estrangeiro em prazos muito curtos.

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