À ONU, chanceler sírio diz que coalizão dos EUA matou mais inocentes que terroristas

© AFP 2023 / Bryan R. SmithSyrian Arab Republic Deputy Prime Minister Walid Almoualem addresses the 72nd Session of the United Nations General assembly at the UN headquarters in New York on September 23, 2017
Syrian Arab Republic Deputy Prime Minister Walid Almoualem addresses the 72nd Session of the United Nations General assembly at the UN headquarters in New York on September 23, 2017 - Sputnik Brasil
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O ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Mualem, declarou ainda em seu discurso à Assembleia Geral da ONU que a presença de tropas sem a autorização dos Sírios é considerada uma ocupação e que o país se reserva no direito de responder a violações de sua unidade territorial.

Mualem expressou a esperança de que o processo de Astana ajudará o país a alcançar a "cessação efetiva das hostilidades".

"Somos encorajados pelo processo de Astana e pelas 'zonas de desescalada' resultantes e esperamos que isso nos ajude a alcançar um cessar real de hostilidades e dos grupos terroristas como o ISIS [Daesh], al-Nusra [Frente al-Nusra, ex-filiada à Al-Qaeda] e outros, dos grupos que concordaram em se juntar ao processo Astana", disse Muallem em seu discurso à Assembleia Geral da ONU.

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Segundo ele, a coalizão liderada pelos EUA contra o Daesh não obteve resultado na luta contra o terrorismo na Síria, matando mais civis do que militantes. Ele observou que a luta antiterrorista no país é impossível sem a coordenação com o governo sírio, alegando que qualquer presença estrangeira sem sua permissão é ilegal.

"Nós declaramos mais de uma vez que é impossível combater o terrorismo sem a coordenação com o governo sírio. Esta é a única maneira de fazer ganhos reais na guerra contra o terrorismo. Qualquer presença de tropas estrangeiras em terras sírias, sem o consentimento da governo, é considerada uma forma de ocupação, uma agressão desleal e uma flagrante violação das leis internacionais e da Carta das Nações Unidas", disse Muallem. 

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"A chamada Coalizão Internacional liderada pelos EUA, que foi criada há três anos para lutar contra grupos terroristas como o ISIS [Daesh], matou muito mais inocentes sírios, principalmente mulheres e crianças, do que terroristas e destruiu vitais infraestruturas que os sírios trabalharam durante anos para construir. Também usou bombas de fósforo e outras armas proibidas internacionalmente diante dos olhos de todo o mundo", acrescentou Muallem.

Armas químicas

O ministro também confirmou o compromisso da Síria com o processo de Genebra e a intenção de alcançar o progresso nessas negociações.

"O governo sírio reafirma seu compromisso com o processo de Genebra e novos progressos nesse caminho. Esse processo ainda não deu frutos na ausência de uma verdadeira oposição nacional que possa ser um parceira no futuro da Síria e devido aos países com influência sobre a outra parte que continuam a bloquear qualquer progresso significativo", acusou.

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O chanceler tocou no sensível tópico do ataque com armas químicas na Síria. Ele reafirmou a prontidão de Damasco em aceitar especialistas da ONU para investigar o uso desse tipo de armamento em Khan Shaykhun.

Em 4 de abril, a Coalizão Nacional para as Forças da Revolução e da Oposição da Síria anunciou que várias dúzias de pessoas haviam sido mortas em um suspeito de ataque químico em Khan Shaykhun, na província de Idlib, na Síria. Quatro dias depois, os Estados Unidos dispararam mísseis em uma base aérea do governo sírio em Idlib em resposta ao suposto ataque que a Casa Branca acusa Damasco de ter cometido.

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ONU acusa governo sírio de ter usado armas químicas em Khan Shaykhun
As autoridades sírias contestaram o envolvimento no incidente, afirmando que a eliminação completa do estoque de armas químicas do governo sírio foi confirmada pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) em janeiro de 2016. A Rússia considera infundadas as reivindicações dos Estados Unidos sobre terem provas de que Damasco usou armas químicas.

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