Primeiro avião charter com ex-moradores aterra nas Ilhas Curilas

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Neste sábado (23), um grupo de 70 japoneses aterrou no aeroporto da pequena cidade russa de Nakashibetsu, o mais próximo de Kunashir, uma ilha das Curilas do Sul.

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Os antigos moradores da ilha (quando esta pertencia ao Japão) planejaram este voo ainda em junho, mas nessa altura não foi possível a viagem por causa das más condições do tempo, que não lhes permitiu viajar às ilhas para visitar as sepulturas de seus antepassados. 

Finalmente, o tempo melhorou e um grupo de japoneses seguiu a bordo de um avião russo Avrora, rumo a Kunashir e Iturup.

Desde 1992 que existe um regime de isenção de vistos entre os moradores do Japão e das Ilhas Curilas do Sul, sendo um meio de melhorar o entendimento mútuo entre os povos dos dois países.

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Já houve muitas viagens assim, mas de cada vez os procedimentos burocráticos e viagens marítimas demoravam muito. Visando facilitar estas dificuldades para as pessoas idosas, em abril deste ano as autoridades da Rússia e do Japão acordaram a organização de voos às ilhas para japoneses, sem vistos. 

Os participantes da viagem e políticos que os acompanharam estavam genuinamente felizes por ter a possibilidade de viajar mais rápido até os lugares que consideram como "a sua terra".

A Sputnik entrevistou vários deles.  Uma ex-moradora de Kunashir, Katsuko Maruta, de 76 anos, disse que finalmente conseguiu realizar seu sonho.

Ela foi forçada a deixar sua terra natal quando tinha apenas quatro anos. Segundo a idosa, ela já fez anteriormente várias viagens assim.

"Queria que as relações entre a Rússia e Japão fossem amistosas", confessou ela. 

Outro participante do voo, Mizuno Katsuo, disse que  nasceu em Iturup, num povoado pequeno que antigamente se chamava de Syana, e estudou lá até o segundo ano da escola primária.

"Eu lembro muito bem de minha escola, e seria muito bom ir lá de novo. Fico feliz por podermos visitar as sepulturas lá", compartilhou ele antes da viagem.

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Mais uma viajante, Misuzu Yamano, voa até Iturup a fim de ver a terra natal do pai, que há 9 anos faleceu no Japão. Ela acredita que o desenvolvimento das relações entre a Rússia e o Japão beneficiará ambas as partes. 

Kazuyuki Nakane, o político que acompanhou os participantes da viagem, também expressou satisfação quanto à possibilidade de viajar e frisou que a viagem "abre as portas a mais visitas" às Ilhas Curilas do Sul.

As Curilas do Sul passaram a integrar a União Soviética depois da Segunda Guerra Mundial. Embora o Japão ainda queira reaver esses territórios, a posição de Moscou é que a soberania russa quanto a eles corresponde às normas do direito internacional e não pode ser disputada.

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