Mídia: Oposição entre China e EUA ameaça o mundo com nova Grande Depressão

© REUTERS / Carlos BarriaO presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping (foto de arquivo)
O presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da China,  Xi Jinping (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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As ameaças dos EUA de fazer uma guerra comercial à China se esta não pressionar mais a Coreia do Norte são inúteis, afirma Ken Moak no seu artigo para o Asia Times.

Uma confrontação em grande escala entre Pequim e Washington vai fazer todo o mundo mergulhar em uma nova crise econômica e passar de uma guerra fria para um conflito armado real, afirma Ken Moak, citado pelo RT no seu artigo para o Asia Times.

Soldado na praça Tiananmen, a terceira maior praça no mundo - Sputnik Brasil
EUA: 'China é uma ameaça sem precedentes para comércio global'
O secretário de Estado do Tesouro dos EUA Steven Mnuchin ameaçou a China de uma "guerra comercial" se esta não apoiar mais ativamente as sanções contra a Coreia do Norte.

De acordo com o autor, essa abordagem não só é pouco eficaz, como pode ainda provocar "um tsunami econômico global" e fazer aumentar as tensões nas relações internacionais.

Por enquanto Pyongyang não presta muita atenção às sanções e continua seus testes nucleares e de mísseis. A Coreia do Norte considera o arsenal nuclear "necessário para sobreviver" e não permitir uma "mudança de regime" pela força. É possível que a Coreia do Norte tenha chegado a tal conclusão após ter analisado os destinos do Iraque e da Líbia e ter considerando o exemplo da China e de outros países nucleares, informa o RT citando Ken Moak.

Um complexo de defesa antiaérea do Exército Popular da Coreia é visto durante o desfile dos 105 anos de nascimento de Kim Jong-il 9 (foto de aqruvio) - Sputnik Brasil
Coreia do Norte promete 'a maior dor' aos EUA após sanções; Trump 'ameaça' China
Quando em 2002 o presidente dos EUA George Bush classificou o Irã, o Iraque e a Coreia do Norte como "eixo do mal" e "financiadores do terrorismo" com suas "armas de destruição em massa", Pyongyang decidiu acelerar o seu desenvolvimento nuclear. As acusações dos EUA, que foram reconhecidas como errôneas, levaram a bombardeamentos do Iraque que causaram a morte de milhares de civis. A campanha custou de 3 a 5 trilhões de dólares aos EUA.

Além disso, de acordo com o autor, o presidente Bush podia ter invadido o Irã e a Coreia do Norte se a comunidade norte-americana não se tivesse manifestado contra a guerra no Iraque.  Além do mais, segundo Moak, a guerra contra mais dois países seria ainda mais cara para os EUA.

A Coreia do Norte viu que a China e outros países, que conseguiram finalmente desenvolver seu próprio arsenal nuclear, foram automaticamente excluídos da lista de alvos potenciais dos EUA. Estes países podem ser demonizados, mas é pouco provável que contra eles seja tomada qualquer iniciativa militar, avalia. E o caso da Líbia, que foi praticamente destruída, mostrou que não vale a pena confiar em promessas de Washington. Por isso, os historiadores independentes do futuro ainda terão que decidir quem foi o "agressor" e "provocador", afirma ele.

Especialistas da Bolsa de Valores, 3 de julho, 2013, Nova York - Sputnik Brasil
'Economia americana está no pior período desde a Grande Depressão'
Se a situação se transformar em uma guerra comercial de grande escala entre a China e os EUA, todo o mundo poderá mergulhar numa crise global do tipo da que aconteceu durante a Grande Depressão dos anos trinta, quando a demanda interna insuficiente e o fechamento dos mercadas externos levaram a um caos na economia mundial, à falência de fábricas e ao aumento significativo da pobreza, informa o autor. Ainda hoje os países desenvolvidos não conseguiram recuperar após a crise de 2007.

A China é o principal parceiro comercial dos EUA e o maior consumidor de recursos naturais e produtor de vários bens a nível mundial. As principais empresas norte-americanas, como a General Motors, Ford Motor, Boeing, Apple e outras, dependem cada vez mais do mercado chinês. A rejeição do comércio com a China vai resultar em inflação e em rompimento das cadeias de fornecimento internacionais e em problemas para o sistema financeiro norte-americano. Entretanto, a própria China tem capacidade de resposta, pois os países estão estreitamente ligados no domínio da economia.

Os outros países não vão conseguir ficar à margem quando as duas maiores economias mundiais entrarem em confrontação. As tensões vão crescer também ao nível geopolítico, porque a confrontação comercial vai só piorar as relações entre a China e os EUA, como foi no caso com a Rússia.

É difícil avaliar quem vai perder mais nesta guerra comercial. Mas é pouco possível que as ameaças à China e seus parceiros contribuam para a estabilização da situação no mundo, concluiu Ken Moak.

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