Opinião: Chave de catástrofe nuclear está nas mãos de alguém com inteligência primitiva

© REUTERS / KCNAO líder norte-coreano Kim Jong-un chega com uma visita ao Instituto de Pesquisa de Materiais Químicos da Academia de Defesa Nacional
O líder norte-coreano Kim Jong-un chega com uma visita ao Instituto de Pesquisa de Materiais Químicos da Academia de Defesa Nacional - Sputnik Brasil
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De acordo com o escritor, o líder norte-coreano agora possui a chave para provocar ou evitar uma catástrofe nuclear apocalíptica que pode fazer as pessoas voltar para a época das cavernas e destruir tudo na Terra, escreve Mario Vargas Llosa no seu artigo para El País.

Kim Jong-un é filho e neto de tiranos e é ele próprio um tirano, bem como especialista em assassinar os membros da própria família, escreve Mario Vargas Llosa.

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Quando o jovem gordinho e um pouco ridículo começou a governar na Coreia do Norte isso não preocupava ninguém. Mas hoje o mundo reconhece que este líder realizou o sonho do seu avô Kim Il-sung, porque agora a família de Kim tem "a chave para a catástrofe nuclear apocalíptica" que pode destruir toda a humanidade. 

"Receio que ninguém tenha uma resposta convincente para a questão de saber como foi possível termos chegado a isto, quando uma pessoa pouco instruída e pouco importante, com uma inteligência primitiva, que lembra a caricatura de si próprio quando visto nos écrans, conseguiu obter a possibilidade de decidir se a civilização continuará a existir ou se acabará devido a um surto de violência sem precedentes", escreve o autor.   

Na situação atual, as iniciativas militares contra a Coreia do Norte só podem ter um caráter limitado, elas não poderão ser de grande escala, o que significa muitas vítimas.  Além disso, a resposta de Pyongyang pode também levar a um massacre nos EUA, Coreia do Sul ou Japão, ou, possivelmente provocar uma guerra mundial que vai levar à morte de milhões de pessoas, comunica o RT citando Mario Vargas Llosa.

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O bom-senso forçou o Ocidente responder às ações de Pyongyang com sanções, aprovadas pela ONU e reforçadas paralelamente com mais testes nucleares de Pyongyang.

"Em qualquer caso vale a pena reconhecer a verdade: estas sanções, por muito fortes que sejam, não levam a nada. Em vez de forçar o líder estalinista a recuar, elas permitem-lhe fazer aquilo que Fidel Castro fazia durante as sanções econômicas contra Cuba: culpar Washington e os outros países do estado miserável da economia, que, na verdade, foi provocado pela política de estatismo e coletivismo", sublinha Vargas Llosa.

O paradoxo é que as sanções só são eficazes quando são introduzidas contra um sistema aberto, onde existe uma opinião pública que influencia o governo e o força a negociar. 

Mas, de acordo com o autor, no caso das ditaduras como a da Coreia do Norte, as sanções não influenciam nem as autoridades do país, nem a nomenclatura totalitária. Apenas o povo é obrigado a apertar o cinto cada vez mais. 

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