'Rússia afeta a segurança da Europa', diz defensor das manobras na Suécia (VÍDEOS)

© REUTERS / Bjorn Larsson Rosvall/TT News AgencyForças militares dos EUA se preparam para mais um exercício durante atividades militares na Suécia
Forças militares dos EUA se preparam para mais um exercício durante atividades militares na Suécia - Sputnik Brasil
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Tropas mobilizadas, caças decolando e pousando a todo o momento e muita estratégia militar. A primeira semana dos maiores exercícios militares que a Suécia realiza em 20 anos está a pleno vapor, e com um objetivo claro: se preparar para um ataque da Rússia.

Até 20 de setembro, estarão mobilizados e ativos nas manobras 19,5 mil soldados suecos e 1,5 mil soldados de outros países, incluindo da Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Lituânia, EUA e Noruega, bem como cerca de 40 instituições civis.

O número de soldados em tais exercícios é superior aos russos e bielorrussos mobilizados para as manobras Zapad 2017 (Ocidente 2017), que acontecem na Bielorrúsia.

"É o maior, o maior exercício militar que realizamos em 23 anos. Estamos exercitando em um contexto em que estamos protegendo o nosso país, onde a situação ocorre quando há uma agressão militar contra um país", disse o chefe de defesa sueco, Micael Byden, na quarta-feira.

Militares das Forças Armadas da Suécia na ilha de Gotlândia, Suécia - Sputnik Brasil
Suécia começa suas maiores manobras dos últimos 20 anos

A Suécia também diz que as manobras estão sendo realizadas com um olho na Rússia.

"A Rússia é o país que afeta a segurança na Europa agora com suas ações - a anexação da Crimeia e as contínuas batalhas no leste da Ucrânia. Então, é claro que estamos observando de perto o que a Rússia está fazendo", disse Byden.

Moscou reiterou que a Crimeia voltar a fazer parte do território da Rússia em 2014, após um referendo, em que mais de 96% dos residentes aprovaram o movimento.

Estocolmo enfatizou que os exercicios em curso não são da OTAN, mas manobras de defesa nacional da Suécia. A participação das tropas das forças estrangeiras é bem-vinda em caso de qualquer agressão potencial que a Suécia possa encontrar da Rússia. As manobras realizadas no ar, em terra e no mar estão concentradas em Gotlândia, em áreas ao redor de Estocolmo, Mälardalen e Gotemburgo.

"Nós construímos nossa segurança junto com outros. Estamos preparados para dar suporte, mas também para receber suporte quando necessário", disse Byden. "O sinal que a Suécia está enviando agora é que estamos aqui, estamos preparados para assumir a responsabilidade pela estabilidade e segurança nos arredores".

"Nós fazemos isso sozinhos, mas também o fazemos juntos com parceiros internacionais. Essa é a mensagem que estamos enviando ao redor do mundo", sublinhou Byden.

Discordâncias e protesto russo

Mas nem todos os suecos concordam com a realização das manobras neste momento. "Os exercícios militares não nos tornam mais seguros", afirmou o ativista anti-militarista Pelle Sunvisson. "Eu não acho que os militares possam nos proteger".

Todo o apoio de uma presença da OTAN no país, continuou Sunvisson, é devido ao fato de que "há muito dinheiro de armamentos a ser feito, de se aproximar da OTAN. Há muitas carreiras políticas a serem feitas para jogar na ameaça".

Os exercícios correm paralelamente aos exercícios Zapad 2017 que começaram nesta quinta-feira.

Militares bielorrussos se preparando para exercícios conjuntos das Forças Armadas da Rússia e da Bielorrússia Zapad 2017 - Sputnik Brasil
Rússia e Bielorrússia dão início aos exercícios conjuntos Zapad 2017

Além de 70 aeronaves e quase 700 veículos terrestres, o exercício russo-bielorrusso envolverá até 12.700 soldados, mais de 6.000 menos do que o pessoal envolvido nas manobras da Suécia.

As autoridades ocidentais e os meios de comunicação, no entanto, continuam afirmando que o Zapad 2017 terá mais de 100 mil participantes. Moscou disse que estava "espantado" por essas "figuras sem fundamento", e que tinha fornecido "informações abrangentes sobre o conceito, a natureza defensiva e a verdadeira figura das tropas russas envolvidas no exercício" em tempo hábil, disse o porta-voz do Ministério de Defesa russo, o major-general Igor Konashenkov, disse em um comunicado no início de setembro.

Moscou também reiterou que a implantação de tropas para o Zapad 2017 não excederia os limites do monitoramento obrigatório no documento de Viena de 2011, o acordo da OSCE que significava promover a confiança através de uma série de medidas para tornar as forças militares implantadas na Europa mais transparentes. A Rússia e a Bielorrússia exercem importantes exercícios militares conjuntos a cada dois anos, alternadamente em cada país.

Enquanto a OTAN e seus parceiros estão preocupados com os exercícios, Moscou repetidamente apontou para o próprio aumento da atividade militar do bloco nas fronteiras da Rússia. Moscou estima que cerca de 40 mil soldados da OTAN participaram e participarão de diversos exercicios militares na Europa entre junho e novembro.

Moscou também advertiu que a construção militar da OTAN perto de suas fronteiras, que se intensificou desde a crise da Ucrânia, corre o risco de prejudicar a segurança regional. No entanto, apesar das preocupações com a Rússia, a União Europeia (UE) está considerando criar uma livre circulação de tropas e hardware militar em toda a Europa. O chamado conceito "militar Schengen" foi expresso durante a última reunião dos ministros da defesa da UE em Tallinn, na Estônia.

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