Por que Coreia do Norte sobreviveria 'com facilidade' ao embargo petroleiro?

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Em 11 de setembro, o Conselho de Segurança da ONU aprovou uma nova resolução, proposta pelos EUA, que prevê a introdução de novas sanções contra a Coreia do Norte devido aos últimos testes nucleares, realizados em 3 de setembro.

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Embora não tenha sido previsto o embargo do petróleo a Pyongyang, como sugeriu o projeto da resolução original, as novas medidas incluem a proibição do fornecimento de gás natural e seus condensados, bem como restrições ao fornecimento de petróleo bruto e produtos petrolíferos ao país asiático.

No entanto, de acordo com o artigo analítico do portal The Duran, a Coreia do Norte poderia sobreviver "com relativa facilidade" até mesmo a um "embargo petroleiro em grande escala", estimando que Pyongyang "possui reservas comprovadas suficientes" de petróleo para satisfazer suas necessidades do consumo interno caso importações sejam banidas.

Segundo o portal, mesmo antes da nova probabilidade de sanções, a Coreia do Norte "tem sido cada vez mais autossuficiente para aproveitar suas próprias reservas de petróleo, que ainda não foram utilizadas".

"Panorama amplamente positivo"

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Neste sentido, o artigo recorda uma investigação dedicada ao potencial petroleiro norte-coreano, realizada em 2015 pelo especialista Michael Rego, em uma época quando as relações entre Pyongyang e o resto do mundo estavam "melhores do que hoje em dia". 

Os resultados de seu relatório mostraram "uma perspectiva amplamente positiva" quanto à Coreia do Norte, um Estado que sempre se esforçou para atingir a autossuficiência econômica.

O relatório "indicou claramente" que, apesar das sanções que limitaram uma parte da capacidade da Coreia do Norte de extrair seu próprio petróleo, o país tinha reservas comprovadas suficientes que desde 2015 pôde refinar para satisfazer as necessidades do consumo interno, assinala Duran.

Seguindo o raciocínio, em 2004, a empresa britânica Aminex PLC estimou que, uma plataforma petrolífera norte-coreana no mar do Japão continha entre 4.000 e 5.000 milhões de barris de petróleo bruto. Simultaneamente, a empresa da Mongólia, HBOil, realizou explorações na zona ao sul de Pyongyang e perfurou 22 poços, a maioria dos quais continha petróleo bruto, o que corresponderia à extração diária de 75 barris pela Coreia do Norte.

Adaptação de equipamento importado

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Por outro lado, embora Pyongyang não tenha meios para comprar equipamentos modernos de perfuração e extração do exterior, muitos especialistas acreditam que o país é capaz de adaptar equipamentos já importados da Romênia da época de Ceaușescu (1965-1989) e outros soviéticos a fim de construir suas versões contemporâneas.

Enquanto os críticos sobre Coreia do Norte com muita frequência se concentram no fato de que o país carece de dispositivos tecnológicos fabricados no exterior, tanto no setor civil, quanto no militar e energético, a realidade é que "graças a essa privação artificial", Pyongyang percorreu um caminho longo no que se trata da criação de seus próprios sistemas informáticos, de armas, bem como os de extração da energia, concluiu o artigo.

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