Conselho de Segurança no auge da pressão por votação das sanções contra a Coreia do Norte

© REUTERS / KCNASegundo declarou o líder norte-coreano, Kim Jong-un, "todos os componentes necessários para a bomba de hidrogênio foram 100% produzidos no país"
Segundo declarou o líder norte-coreano, Kim Jong-un, todos os componentes necessários para a bomba de hidrogênio foram 100% produzidos no país - Sputnik Brasil
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Nesta segunda-feira, o Conselho de Segurança da ONU votará o projeto de resolução proposto pelos EUA que reforça as sanções contra a Coreia do Norte em resposta ao seu último teste nuclear. Em entrevista à Sputnik, o analista político russo Vasily Kashin analisou as possíveis repercussões deste último teste.

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Comentando a próxima votação do Conselho de Segurança da ONU sobre mais sanções, Kashin advertiu sobre as conseqüências de longo alcance deste teste.

"A Coreia do Norte ainda está desenvolvendo um míssil capaz de levar uma ogiva até os Estados Unidos. Mas os meios de lançar armas nucleares para a Coreia do Sul e o Japão já foram criados. Anteriormente, a esperança era que o possível ataque nuclear de Pyongyang nesses países pudesse ser enfraquecido pelos sistemas de defesa aérea dos dois e que a ameaça poderia ser forte, mas não fatal. Agora, não há tal esperança", disse Kashin.

Ele acrescentou que a chance de uma decisão que "conduza a qualquer operação militar contra a Coréia do Norte" é significativamente maior. Ao comentar o sexto teste nuclear de Pyongyang, Kashin lembrou que a Coreia do Norte provavelmente testou um dispositivo termonuclear com uma capacidade de pelo menos 100-140 kilotons de TNT.

"Não se pode excluir que o poder real do dispositivo pode ser ainda maior. A julgar pelos materiais publicados pela Coreia do Norte, o dispositivo testado é suficientemente compacto para ser instalado em um míssil balístico. No momento, não existe razão para duvidar desse dado", disse ele.

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Ele acrescentou que este "novo sucesso norte-coreano" muda tudo "porque os testes nucleares anteriores de Pyongyang foram menos poderosos que a bomba de Hiroshima de 15 kilotons ou algo nessa faixa".

"As novas armas nucleares da Coreia do Norte são muito mais poderosas. Um aumento na zona de danos não será tão grande, mas se pelo menos um míssil norte-coreano com uma ogiva nuclear atinge um alvo, o número de mortos crescerá dramaticamente", disse Kashin.

Fim do regime não resolve a questão

Citando ameaças crescentes relacionadas à disseminação das tecnologias nucleares, ele disse que "vale a pena pensar se o colapso do regime norte-coreano atenderá aos interesses de alguém, já que depois disso não é possível imaginar "quem vai traçar o destino desses tecnologias".

"O início das negociações entre as principais potências mundiais e a Coreia do Norte parece um evento predeterminado, algo que será mantido principalmente de acordo com os termos norte-coreanos", afirmou.

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Ele alertou que todas as tentativas de aumentar a pressão das sanções sobre a Coreia do Norte e introduzir um bloqueio de combustível provavelmente estão condenadas ao fracasso de antemão, já que Pyongyang criou importantes reservas estratégicas de combustível. A este respeito, Kashin também apontou relatos sobre a produção doméstica da Coreia do Norte de gasolina sintética.

"A responsabilidade dos membros do Conselho de Segurança da ONU que discutirão o projeto de resolução proposto pelos Estados Unidos aumentará significativamente. Anteriormente, o enviado permanente da Rússia à ONU Vasily Nebenzya expressou dúvidas de que o documento poderia ser acordado e adotado no futuro mais próximo", Disse Kashin.

Kashin advertiu ainda que "se não houverem emendas à resolução, o regime de sanções levará a quase um bloqueio total da Coréia do Norte", algo que alarma vários países, incluindo a Rússia e a China.

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