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'Pacto de sangue': Palocci aponta elos de corrupção entre Odebrecht, Lula e Dilma (VÍDEOS)

© José Cruz/Agência BrasilAntonio Palocci
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Ex-ministro da Fazenda e tido como um possível presidenciável no auge dos governos do PT, Antônio Palocci fez revelações nesta semana que ligariam diretamente o propinoduto da empreiteira Odebrecht aos governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Próximo a Lula, Palocci sinalizou que possuía muito a dizer em seu depoimento ao juiz Sérgio Moro – o ex-ministro vem tentando obter o benefício da delação premiada junto ao Ministério Público Federal (MPF).

Um indicativo disso foi admitir que a denúncia oferecida contra ele e outros petistas, envolvendo a corrupção que atingiu a Petrobras e envolveu várias empreiteiras, dentre as quais a Odebrecht, tinha procedência.

"A denúncia procede, os fatos são verdadeiros. Eu diria apenas que os fatos desta denúncia dizem respeito a um capitulo de um livro um pouco maior do relacionamento da Odebrecht com o governo do ex-presidente Lula e da ex-presidente Dilma, que foi uma relação bastante intensa, bastante movida a vantagens, a propinas pagas pela Odebrecht para agentes públicos, em forma de doação de campanha, de benefícios pessoais, em forma de caixa 1 e caixa 2", disse.

Palocci está preso desde o ano passado e, ao longo de duas horas de depoimento, fez vários apontamentos que atingem diretamente a defesa de Lula e Dilma. Uma das afirmações mais fortes foi garantir que o sítio de Atibaia (SP), o tríplex do Guarujá (SP), e a compra de um terreno para o Instituto Lula eram formas de propina ao ex-presidente.

E não foi só. Palocci falou em um “pacto de sangue” entre Lula e Emílio Odebrecht, dono da empreiteira, em prol do repasse de R$ 300 milhões ao ex-presidente e ao PT. Tudo era parte de uma relação "com bastante propina" entre os petistas e a empresa.

"Foi nesse momento que o doutor Emílio Odebrecht fez uma espécie de pacto de sangue com o presidente Lula. Ele procurou Lula nos últimos dias de seu mandato e levou um pacote de propinas para o presidente Lula esse terreno do instituto, que já estava comprado e seu Emílio apresentou ao presidente Lula, o sítio para uso da família, que estava fazendo a reforma em fase final e disse ao presidente que estava pronto e disse que tinha a disposição para o presidente fazer sua atividade política dele, R$ 300 milhões", revelou.

Teria sido uma oferta "desesperada" de Emílio Odebrecht, que não confiava em Dilma. Foi o que Lula teria indicado a Palocci depois, o que deixou o ex-ministro da Fazenda "chocado", segundo o próprio. Ele comentou ainda ter questionado o ex-presidente em mais de uma oportunidade sobre a forma com que as tratativas estavam sendo feitas com a empreiteira.

"Aí eu voltei a falar com ele [Lula] sobre o prédio do instituto e falei da minha conversa com [José Carlos] Bumlai: ‘Eu to preocupado e não gostaria de fazer desse jeito. Eu acho que se o senhor está fazendo um instituto para receber doações e fazer a sua atividade, não sei por que procurar agora um terreno e porque não esperar. Não tem problema nenhum receber doação da Odebrecht, mas que seja formal ou revestida de formalidade. Eu comentei com ele nesse dia que nosso ilícito com Odebrecht está monstruoso e, se fizer esse tipo de operação, vamos criar uma fratura exposta desnecessária", explicou Palocci.

Palocci ainda confirmou ser o 'Italiano' na planilha do setor de propinas da Odebrecht, destacou que a Petrobras servia como um "intenso financiamento partidário" ao PT, PMDB e PP, e que houve movimento solicitado pela Odebrecht por benefícios na concessão do aeroporto do Galeão, no Rio, e pela não estatização de sondas da Petrobras, ambas no governo Dilma.

Tanto a defesa de Lula quanto a de Dilma negam todas as acusações.

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