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Empresário elogia projeto de etanol brasileiro e revela se pode ser aplicado na Rússia

© Foto / Universidade Tecnológica Federal de ParanáUm carro construído pelos estudantes brasileiros, capaz de ultrapassar 300 km de distância usando apenas um litro de etanol
Um carro construído pelos estudantes brasileiros, capaz de ultrapassar 300 km de distância usando apenas um litro de etanol - Sputnik Brasil
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Como se sabe, o país verde e amarelo é um dos pioneiros no mercado mundial no que se trata de energias verdes. A Sputnik Brasil falou com Igor Shakhrai, diretor-geral da empresa Hevel, a maior empresa russa de energia solar, sobre o projeto etanólico brasileiro e o desenvolvimento das energias renováveis na Rússia.

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O empresário, que conversou com a Sputnik Brasil nas margens do Fórum Econômico do Extremo Oriente russo na cidade de Vladivostok, elogiou os projetos inovadores brasileiros, porém, assinalou que no território russo tal iniciativa não seria viável por motivos bem evidentes, em primeiro lugar, devido ao clima.

Sputnik: Como o senhor avaliaria o projeto de etanol brasileiro e será que há algumas perspetivas de cooperação com Moscou neste campo?

Igor Shakhrai: Claro que há perspetivas de cooperação com o Brasil, mas, que eu saiba, o mercado é bem fechado, no que se trata da localização em território brasileiro, se falarmos da energia solar. Sobre o etanol, estou pouco familiarizado com este mercado e essa tecnologia, mas sei que se provou muito bem nos EUA, onde [este projeto] se desenvolveu de modo muito ativo há algum tempo. Não sei dizer precisamente como isto funciona hoje em dia, mas houve até iniciativas legislativas, que eu saiba, para fornecer etanol nos postos de abastecimento, por exemplo.

S: E no que se trata da Rússia, é possível que um projeto parecido ganhe vida no território deste país?

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IS: O nosso país tem usinas petrolíferas, consequentemente, tem combustível, gasolina, que pode abastecer um carro a preço consideravelmente baixo — se compararmos com os países que não produzem matérias-primas. No que se trata do etanol — é o processamento da cana-de-açúcar, e para isso é preciso um clima adequado, capacidade para colher muita cana e respectivas fábricas. Nós não temos nada disso, e é pouco provável que haja, pois temos petróleo barato que se pode transformar em gasolina. Ademais, do ponto de vista agrícola, há até comentários negativos de vários especialistas que afirmam que isto [a produção de etanol] é nocivo. Ou seja, em vez de enviar milho, por exemplo, para África, ele se converte em combustível. Mas isto não é razoável pois as pessoas querem comer. Ademais, a questão da reciclagem disso tudo…. Aqui a questão é complexa, não é simplesmente dizer que produzir etanol é bom [para o ambiente] e produzir petróleo é mau.

Entretanto, o especialista realçou que tal não quer dizer que quaisquer projetos de energia renovável devam ser considerados como "condenados" ao fracasso na Rússia. Muito pelo contrário, há muitos deles nesse campo, e estes ainda continuam desabrochando.

"A energia solar funciona, está tudo ótimo. Cerca de 250 megawatts já foram instalados. Com muita probabilidade, e talvez até no prazo planejado, serão instalados 1,7 gigawatts. Ademais, há a energia eólica, estão sendo erguidas duas usinas. As empresas de energia atômica também estão sendo construídas, separadamente, [isto é, pelas empresas] Fortum e Rosnano. […] Acredito que chegamos ao ponto em que o mecanismo começou a funcionar. Esta questão é de longo prazo, e se trata também do apoio, que, a meu ver, vai continuar, até depois de 2024", afirmou.

Falando da área da sua especialização, Shakhrai frisou que o Brasil é um "mercado excelente", pois tem um dos maiores índices de insolação, cedendo apenas ao Chile. Ademais, tem usinas tanto solares como eólicas, ou seja, "todo o tipo de energia renovável está representado lá".

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Porém, o empresário revelou que, até atualmente, este mercado está apenas sendo desbravado pelas empresas russas, inclusive a Hevel.

"Para descobrir um mercado é preciso encontrar parceiros, no que recebemos muito apoio do Ministério da Energia, pois participamos de grupos de trabalho, de comissões interparlamentares, buscamos estes parceiros, tentamos lhes propôs serviços, soluções, tomar parte de leilões, mas estamos ainda no início deste caminho", concluiu.

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