Diplomacia ou ataque nuclear? Como os EUA tencionam defender seus aliados

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Lançamento de mísseis balísticos pela Coreia do Norte (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
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A comunidade internacional está observando atentamente os eventos em torno da Coreia do Norte. Neste domingo (3), a Coreia do Norte declarou ter realizado um teste bem-sucedido de uma bomba de hidrogênio, projetada para ser instalada em mísseis balísticos intercontinentais (ICBM).

Seul afirma que, na próxima vez, Pyongyang testará um ICBM em direção ao oceano Pacífico, enquanto isso, os EUA anunciam sua intenção de "proteger" seus aliados, o Japão e a Coreia do Sul, usando todo o espectro de medidas diplomáticas, bem como o armamento convencional e nuclear.

Seul e Tóquio estão se preparando

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A Coreia do Norte e os EUA, sem esperar pelo lançamento seguinte de um míssil norte-coreano, iniciaram consultas quanto ao possível estacionamento em território sul-coreano de um porta-aviões e bombardeiros estratégicos das Forças Armadas dos EUA.

Além disso, o Ministério da Defesa da Coreia do Sul anunciou seus planos para o estacionamento em breve de quatro lançadores adicionais no âmbito da instalação do sistema antimísseis THAAD dos EUA. Em julho de 2016, após cinco meses de negociações realizadas entre os EUA e a Coreia do Sul, as partes acordaram a instalação do sistema THAAD que, caso seja preciso, deverá interceptar os mísseis balísticos da Coreia do Norte. O THAAD (Terminal High Altitude Area Defense, em inglês) foi projetado para abater mísseis balísticos de alcance curto, médio e intermediário.

Por sua vez, o Japão acredita que é necessário aumentar as capacidades da defesa antimíssil do país, incluindo através do estacionamento de componentes terrestres do sistema norte-americano Aegis (Aegis Ashore). "Existe a probabilidade de continuação das ações provocatórias. Com o apoio da aliança estadunidense-japonesa, nós faremos tudo para proteger nossos cidadãos", frisou o premiê japonês, Shinzo Abe.

Ele também sublinhou que Tóquio tenciona "colaborar ativamente com os EUA para reforçar a defesa antimíssil".

O Japão acha necessário realizar consultas com a Rússia quanto à situação na península da Coreia. Anteriormente, o embaixador do Japão na Rússia, Toyohisa Kodzuki, informou que Tóquio apela a Moscou para fortalecer sua pressão sobre a Coreia do Norte e que, na opinião dele, este tópico poderia ser discutido durante o encontro do presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, que terá lugar no Fórum Econômico do Oriente na cidade russa de Vladivostok.

Moscou apela a moderação

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A parte russa considera que a continuação da pressão sobre a Coreia do Norte através de sanções é inútil e até perigosa. De acordo com a posição de Moscou, todas as questões devem ser resolvidas via meios políticos e diplomáticos de regulação.

Segundo o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, na situação atual com a Coreia do Norte, cada passo pode levar a uma deflagração política e militar. "A escalada da situação não pode ter lugar. Os que são mais fortes e mais inteligentes devem demonstrar moderação. É evidente que na situação atual cada passo precipitado pode levar a uma deflagração. Quer dizer, a uma deflagração política e militar e não à deflagração nuclear experimental que já foi realizada e que reflete a tendência crescente de agravamento da situação no Nordeste da Ásia", disse Ryabkov.

Ele destacou também que, na resolução da crise da Coreia do Norte, há muita coisa que depende das ações dos norte-americanos.

"Todos os participantes das discussões deste problema conseguem influenciar a Coreia do Norte. Em minha opinião, é possível influenciar a Coreia do Norte através de propostas realistas de diálogo. Para isso muito depende dos nossos parceiros norte-americanos que, infelizmente, continuam preferindo falar a linguagem das sanções, e por vezes a das ameaças, ao invés de tentarem resolver a situação através de ferramentas diplomáticas", disse Ryabkov aos jornalistas.

O vice-ministro sublinhou também que o diálogo direto na situação com a Coreia do Norte é o único caminho em frente.

Ameaça à segurança da UE

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A alta representante da UE para Política Externa e Segurança, Federica Mogherini, qualificou os últimos testes nucleares realizados por Pyongyang como uma provocação grave e uma ameaça à segurança internacional.

Mogherini comunicou sobre que irá discutir a situação com Lassina Zerbo, secretário-geral da Comissão Preparatória da Organização de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBTO, sigla em inglês) e Yukiya Amano, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica, em particular, bem como com os ministros das Relações Exteriores do países-membros da UE durante o encontro informal que terá lugar nesta semana na capital da Estônia, Tallinn.

Uma fonte diplomática em Bruxelas comunicou à Sputnik que a União Europeia poderia desempenhar um papel construtivo na organização e realização de conversações com as autoridades da Coreia do Norte quanto à regulação da situação em torno da ameaça nuclear.

"A União Europeia tem à sua disposição mais capacidades diplomáticas que os EUA para uma regulação da crise. Em minha opinião, a UE poderia dialogar com Pyongyang em conjunto com outros mediadores internacionais", disse o interlocutor da agência.

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