Apocalipse nuclear? 5 mitos sobre a ameaça da Coreia do Norte

© REUTERS / KCNALançamento de míssil balístico da Coreia do Norte
Lançamento de míssil balístico da Coreia do Norte - Sputnik Brasil
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Os clichês sobre a nação liderada por Kim Jong-un estão longe de refletir a realidade, diz Hazel Smith, um especialista da Universidade de Londres em assuntos coreanos. No entanto, alguns riscos realmente existem.

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Durante os últimos anos, as ameaças apocalípticas da Coreia do Norte têm dominado as manchetes com seus desfiles militares, testes de armas nucleares, ou simplesmente, com declarações intimidatórias. Há aqueles que afirmam que as tensões em torno do país asiático são unicamente determinadas pelas decisões imprevisíveis do líder norte-coreano Kim Jong-un, chamado de "louco".

Contudo, para Hazel Smith, analista de assuntos norte-coreanos da Universidade de Londres, a crise na Península da Coreia não é tão simples. O especialista analisou cinco mitos sobre a Coreia do Norte e verificou que, na maioria deles, a realidade é diferente.   

Mito 1. A Coreia do Norte é liderada por um ditador omnipotente, apoiado por um exército impiedoso e ultra leal. 

Realidade: a Coreia do Norte politicamente não é toda homogénea. Não é governada apenas por Kim, mas por uma elite, formada por um punhado de famílias que dominam a vida política, militar e econômica do país.

"Há lutas infinitas e rivalidade dentro das famílias no topo", explica Smith. "Algumas delas controlam partes diferentes do aparelho estatal, inclusive o exército", acrescenta o especialista, segundo o iNews.

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Mito 2. A Coreia do Norte está empenhada em destruir o mundo.

Realidade: A elite norte-coreana realmente está interessada no desenvolvimento de suas armas nucleares, mas como um elemento dissuasivo para proteger seu país. "É a última cartada para evitar alguma forma de intervenção militar", assegura o professor Smith.

Mito 3. Os norte-coreanos querem destruir os sul-coreanos.

Realidade: os norte-coreanos querem se impor aos sul-coreanos mas o contrário também é verdade.

"A opinião dos norte-coreanos é que os sul-coreanos estão sofrendo pressões por parte do governo da Coreia do Sul; que no fim de contas todos são coreanos e que a ideia deles é ter uma Coreia unida", afirma o especialista. "Não é uma visão no estilo do Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), onde se considera legítimo matar civis no contexto da estratégia", ressaltou.

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Mito 4. Donald Trump vai complicar ainda mais a situação coreana.

Realidade: Sim, Donald Trump poderia complicar a situação coreana, pois seu protagonismo na crise "poderia causar a escalação do conflito a partir de pequenos incidentes".

Smith ressalta que, uma vez, o então presidente norte-americano Jimmy Carter conseguiu em uma visita de última hora a Pyongyang, evitar um conflito armado. Contudo, disse: "não é claro se seria possível alguém conseguir negociar um acordo com a Coreia do Norte neste momento".

Mito 5. O pior cenário é o apocalipse nuclear.

Realidade: Felizmente, não é assim. Smith explicou que nesse cenário não teria como estabelecer limites: implicaria milhões de mortes, tanto por parte da Coreia do Norte, como do Sul, mais de um milhão de refugiados para a China, "e arrastaria diplomaticamente a China, Rússia, EUA e Japão para um conflito militar direto entre eles". 

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