Capacidades de mísseis chineses podem esfriar 'cabeças quentes' dos EUA

© REUTERS / Jason LeeVeículos militares transportam mísseis balísticos de curto alcance DF-15B passando pela Porta de Tianamen durante a parada militar em homenagem aos 70 anos da vitória na Segunda Guerra Mundial, Pequim, China, 3 de setembro de 2015
Veículos militares transportam mísseis balísticos de curto alcance DF-15B passando pela Porta de Tianamen durante a parada militar em homenagem aos 70 anos da vitória na Segunda Guerra Mundial, Pequim, China, 3 de setembro de 2015 - Sputnik Brasil
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A crescente tensão e os múltiplos desacordos entre os jogadores globais já levaram a duras declarações, comparáveis com ameaças diretas. Talvez a mais preocupante tenha sido a recente afirmação de um general norte-americano sobre um hipotético ataque nuclear contra a China.

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Na realidade, a teoria de um conflito nuclear que começasse com um lançamento de mísseis, dominante há umas décadas, agora é obsoleta, afirma o especialista militar russo Ilia Plekhanov em seu artigo para a Sputnik.

Pelo contrário: os analistas militares estão de acordo que as partes beligerantes não recorrerão à "última solução" até o fim, utilizando sanções, ciberataques e outras medidas assimétricas até que todas as opções se esgotem, aponta o autor do artigo.

A penúltima medida será a guerra convencional, dominada hoje em dia por armas de alta precisão capazes de desmantelar rapidamente a capacidade bélica do inimigo.

Assim, os mísseis de cruzeiro representam atualmente uma ameaça quase igual às armas nucleares.

As capacidades de mísseis da China

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Ilia Plekhanov são referidas no relatório do Centro para a Nova Segurança dos EUA (CNAS, na sigla em inglês), dedicado ao programa de mísseis não nucleares da China.

Os autores lembram que o governo chinês ficou impressionado com a vitória bem-sucedida dos EUA no Iraque, facilitada pelo uso de mísseis de cruzeiro de alta precisão.

Por isso, Pequim deu impulso ao programa de mísseis balísticos de curto e médio alcance, sem se focar nas armas intercontinentais de longo alcance.

Atualmente, segundo as estimativas do Pentágono, a China possui uns 1.500 mísseis balísticos de curto e médio alcance e uns 300 mísseis de cruzeiro. A precisão dos projéteis também aumentou, alcançando um desvio máximo entre 5 e 10 metros.

Além disso, os militares da China organizam treinamentos regulares que compreendem ataques com mísseis contra polígonos que imitam as bases militares dos EUA e do Japão na região.

O golpe-relâmpago preventivo

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De acordo com o relatório do CNAS, um ataque preventivo com mísseis contra alvos militares dos EUA poderá ser "uma realidade", especialmente caso a China "considere seus interesses estratégicos ameaçados".

Por outro lado, os próprios analistas do centro reconhecem que Pequim não recorrerá a um ataque militar antes de estarem esgotadas todas as medidas de dissuasão disponíveis, oferecendo ao oponente a possibilidade de se retirar.

"É preciso um grande esforço para levar a China a desencadear um ataque nuclear. Por exemplo, uma brusca concentração de forças dos EUA na região caso a situação em torno de Taiwan se agrave pode servir de pretexto", opina Ilia Plekhanov.

No entanto, a mera possibilidade da China lançar ataques contra as bases dos EUA na região muda as 2regras do jogo" para os norte-americanos na Ásia, sublinha o especialista.

"Os norte-americanos entendem que, caso o conflito atinja a "fase quente", nos primeiros minutos os mísseis chineses podem superar a defesa aérea norte-americana, bloquear navios de guerra nos portos japoneses, destruir todas as pistas de decolagem de seus aeródromos, assim como todos os postos de comando e centros logísticos", nota o autor do artigo.

Assim, Washington poderia ser obrigado a revisar suas pretensões de domínio militar e político no Pacífico, conclui o especialista.

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