Com ou sem Maduro: polarização deixa Venezuela longe de solução da crise

© Presidência da VenezuelaPresidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tira fotografias com manifestantes durante o encerramento da campanha por uma nova constituinte em Caracas
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tira fotografias com manifestantes durante o encerramento da campanha por uma nova constituinte em Caracas - Sputnik Brasil
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O professor de economia e política internacional da UFRJ, Eduardo Crespo, falou com exclusividade à Sputnik Brasil sobre o futuro da Venezuela com a Assembleia Constituinte e a grave crise social e econômica que domina o país.

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Enquanto a situação na Venezuela não tem uma solução no horizonte à vista, uma nova etapa da crise no país se inicia com a instalação da Assembleia Constituinte por Nicolás Maduro. A acusação de fraude nas eleições da constituinte por parte da oposição e o amplo rechaço da comunidade internacional deixam o país em profunda instabilidade. 

Para o professor de economia e política internacional da UFRJ, Eduardo Crespo, a Venezuela alcançou um alto nível de polarização, o que impede que seja vislumbrada uma solução a curto prazo para o país.

"Ele [Maduro] tem algum apoio da população e ainda tem o apoio do Exército. Então é uma situação complicada, até violenta. Mesmo se ele cair, pode ter uma situação de violência, porque do outro lado, a oposição pode ser muito violenta, pode ter um espírito de revanche muito forte. Chegou a um nível de polarização muito grande", observou o especialista.

Eduardo Crespo destacou que Nicolás Maduro tem perdido bastante apoio da população em relação ao governo de Hugo Chávez. 

"Eu acho que Maduro, com relação ao período de Chávez, tem perdido muito apoio, tanto pela deterioração econômica, quanto por algumas atitudes de uma virada mais autoritária", destacou o especialista. 

"A situação sócio-econômica tem piorado muito. Os erros econômicos foram terríveis no período de Maduro. Já tinha muito erro no período Chávez, mas com Maduro a situação piorou muito. O sistema de controle de câmbio deu muito errado", acrescentou. 

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De acordo com o professor da UFRJ, a situação no país fica ainda mais "explosiva" com os Estados Unidos "jogando gasolina no fogo". 

A comunidade internacional reprovou e se negou a reconhecer qualquer resultado da eleição para a Constituinte venezuelana promovida pelo presidente Nicolás Maduro. Os Estados Unidos falaram em não reconhecer um “governo ilegítimo”, quanto a Espanha prometeu buscar opções de sanções junto aos seus pares europeus. 

Os ministros das Relações Exteriores dos países do Mercosul se reúnem neste sábado (5), em São Paulo, para discutir a suspensão da Venezuela do bloco. 

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