EXCLUSIVO: Os relatos de perseguição e violência em uma Venezuela tomada pelo caos

© REUTERS / Christian VeronAs pessoas passam por uma barricada de rua que inclui um colchão com as palavras "Maduro filho da puta" durante confrontos nas eleições da Assembleia Constituinte realizadas em Caracas, Venezuela, 30 de julho de 2017.
As pessoas passam por uma barricada de rua que inclui um colchão com as palavras Maduro filho da puta durante confrontos nas eleições da Assembleia Constituinte realizadas em Caracas, Venezuela, 30 de julho de 2017. - Sputnik Brasil
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A Sputnik Brasil obteve um depoimento exclusivo de uma jovem que vive no estado de Táchira, na fronteira com a Colômbia, e onde segundo os manifestantes mais de 13 pessoas morreram ao longo do dia de votação pela Assembleia Constituinte. Ela descreve perseguição policial, pressão do governo e um estado de caos generalizado.

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A garota, que pediu para ser identificada apenas pelo primeiro nome Larenths por medo de represálias, vive na cidade de Palmira. O local, que tem cerca de 20 mil habitantes e fica na fronteira com a Colômbia, enfrenta uma forte onda de violência desde maio deste ano. Acuada em casa, Larenths não saiu para votar e relatou forte perseguição policial momentos antes e durante o pleito.

"Em vários municípios do estado, para não dizer em quase todos, há fortes enfrentamentos e a Guarda [Nacional] tem invadido organizações, as casas de muitas pessoas […]. Temos conhecidos [em San Cristóbal, capital do estado de Táchira] dizendo que já não há mais janelas, que colocaram tábuas de madeira nas janelas para evitar a entrada de qualquer coisa. Ontem pela madrugada, a Guarda entrou na casa das pessoas procurando jovens que protestavam", contou.

Pela manhã, a cidade de Palmira iniciou as eleições com dois centros de votação queimados. "A partir deste momento, se começaram a escutar detonações e estouros", conta a garota. Larenths relata ainda que mesmo na própria cidade, de tamanho pequeno comparado a San Cristobal, há forte esquema policial e vigilância pesada das forças nacionais.

© Foto / Laurenths/Arquivo pessoalAtirador sniper posicionado no teto de uma casa em San Cristóbal, capital do estado de Táchira na fronteira com a Colômbia
Atirador sniper posicionado no teto de uma casa em San Cristóbal, capital do estado de Táchira na fronteira com a Colômbia - Sputnik Brasil
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Atirador sniper posicionado no teto de uma casa em San Cristóbal, capital do estado de Táchira na fronteira com a Colômbia
© Foto / Laurenths/Arquivo PessoalEstradas bloqueadas em San Cristóbal, capital do estado de Táchira na fronteira com a Colômbia
Estradas bloqueadas em San Cristóbal, capital do estado de Táchira na fronteira com a Colômbia - Sputnik Brasil
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Estradas bloqueadas em San Cristóbal, capital do estado de Táchira na fronteira com a Colômbia
© Foto / Laurenths/Arquivo PessoalAtirador sniper posicionado no teto de uma casa em San Cristóbal, capital do estado de Táchira na fronteira com a Colômbia
Atirador sniper posicionado no teto de uma casa em San Cristóbal, capital do estado de Táchira na fronteira com a Colômbia - Sputnik Brasil
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Atirador sniper posicionado no teto de uma casa em San Cristóbal, capital do estado de Táchira na fronteira com a Colômbia
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Atirador sniper posicionado no teto de uma casa em San Cristóbal, capital do estado de Táchira na fronteira com a Colômbia
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Atirador sniper posicionado no teto de uma casa em San Cristóbal, capital do estado de Táchira na fronteira com a Colômbia

"Nossos vizinhos são funcionários públicos […] e por toda a semana os pressionaram, dizendo qual era o centro de votação mais próximo e que coisas deveriam fazer caso houvessem impedimentos no momento de votar. Esta manhã, quando saíram para votar, se deram contas que havia efetivos da Guarda posicionados nas árvores e nos tetos das casas e quando se tenta armar uma barricada ou algo assim, eles simplesmente começam a disparar", relata.

Mais cedo, a página do Movimiento UNETE Ucat, mantida por ex-estudantes da Universidade Católica de Táchira fechada pelo governo no ano passado, denunciou a morte de uma criança de 13 anos. A mesma página fala em 13 mortes nas últimas 24 horas. O Conselho Eleitoral de Venezuela, por sua vez, estendeu a votação "por algumas horas" devido a uma "grande fluência de pessoas". 

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