Para que país ex-membro da URSS e aliado russo convida EUA ao mar Cáspio?

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Em 5 de julho, os EUA e o Cazaquistão acordaram em Washington um novo plano para os próximos 5 anos sobre cooperação no campo militar. O especialista Viktor Litovkin revela que repercussão isto poderia ter na Rússia.

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Embora não se conheçam ainda os detalhes do documento acordado, segundo as fontes da edição russa Pravda, se trata de um programa norte-americano para coordenar a preparação de militares qualificados do exército cazaque. Além disso, Astana, que sempre foi considerada um aliado de Moscou, manifestou seu interesse pela ajuda americana ao construir a sua própria Marinha no mar Cáspio.

No entanto, Litovkin assegura ao diário Pravda que, enquanto o Cazaquistão permanecer membro da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), nenhuma base naval, mesmo simbólica, pode surgir no mar Cáspio.

"O mar Cáspio é um mar fechado, por isso a presença de militares norte-americanos pode suscitar um protesto feroz não só por parte dos militares russos, mas também dos outros países, tais como o Irã, o Azerbaijão ou o Turquemenistão. Os navios da OTAN ou dos EUA não podem entrar nesse mar sem autorização dos russos, já que podem chegar aí somente através do canal de Volga-Don. Não é possível lançar um navio a partir do espaço aéreo. O fato do Cazaquistão colaborar com os EUA é uma parte do seu direito soberano, pelo menos até isso prejudicar o Tratado de Segurança Coletiva", sublinhou o especialista.

Apesar dos recentes passos cazaques, Litovkin assegura que fazer parte da OTAN "contradiz os interesses de segurança do Cazaquistão".

Em primeiro lugar, porque Astana está estreitamente vinculada com a economia russa no âmbito da União Euroasiática. Segundo, porque este país asiático se encontra entre "dois fogos": a China e a Rússia, e é obrigado a manobrar para evitar uma manipulação excessiva por parte de alguma das potências.

Astana está muito consciente também que na luta contra os islamistas radicais Moscou é seu aliado principal, já que neste âmbito os interesses de ambos os países coincidem.

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A Rússia, segundo Litovkin, espera que Astana siga mantendo sua política cordial na hora de defender em conjunto as suas fronteiras meridionais.

No campo militar, o Cazaquistão tem uma longa história de cooperação com os EUA, sublinha o chefe adjunto do Departamento de Política Pública da Universidade Estatal de Moscou Lomonosov, Maksim Vilisov.

Além disso, Washington elaborou toda uma estratégia política em relação aos países da Ásia Central. Embora nos últimos anos se tenha observado uma desaceleração na sua implementação, Donald Trump poderia dar um novo ímpeto para que esta se realize de uma maneira mais ativa, frisa o especialista.

"Não acho que devamos ter medo dos contatos militares entre os norte-americanos e os cazaques, contudo sim, faz parte do nosso dever examiná-los escrupulosamente. O Cazaquistão é nosso aliado na OTSC. Pode realizar algum tipo de cooperação tanto com os EUA, como com qualquer outro país", realçou.

Em qualquer caso, hoje em dia no mundo é cada vez mais forte a tendência de diversificar os contatos no campo militar e político-militar. Há o exemplo da Turquia, país que, sendo membro da OTAN, está preparando um acordo com a Rússia para poder produzir sistemas de defesa antiaérea S-400 no seu território usando, particularmente, tecnologias russas.

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