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Como uma mãe brasileira de um deficiente chegou à ONU para falar sobre educação inclusiva

© Foto / Melton Foundation/DivulgaçãoNexus na ONU
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A ONG Brasileira Turma do Jiló, de São Paulo, foi uma das organizações escolhidas para participar da Nexus Global Summit, evento sobre Filantropia Inovadora e Empreendedorismo Social, que está acontecendo na sede das Nações Unidas em Nova York.

A Conferência conta com mais de 500 novos filantropos, investidores sociais de todo o mundo e tem como objetivo a troca e o aprendizado entre as novas gerações de empreendedores sociais, ativistas e investidores sociais de impacto. Estão sendo ouvidos jovens líderes e funcionários da ONU para encontrar soluções criativas e iniciativas para os grandes desafios globais e os problemas urgentes que o mundo passa hoje.

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Diretamente de Nova York, a fundadora e presidente da ONG Turma do Jiló, Carolina Resende Videira falou com exclusividade com a Sputnik Brasil sobre os projetos desenvolvidos pela organização. Ela contou que a ONG trabalha há quase 8 anos com inclusão educacional de deficientes entre 2 e 21 anos, focando em acessibilidade (reformando e adaptando escolas), capacitação de professores e funcionários, emponderamento da família e dos próprios alunos (contando com o apoio de advogados, psicólogos e serviço social).

Mãe do João, que tem dificuldades de locomoção e de fala decorrentes de uma síndrome rara, Carolina se sentiu inspirada a lutar pelo direitos das crianças à educação observando as dificuldades que enfrentava com o próprio filho. E ele está longe de ser exceção: atualmente, 61% dos 45,6 milhões de deficientes no Brasil não têm instrução ou ensino fundamental completo. Apenas 6,7% concluíram o ensino superior.

"Quando matriculamos o João na escola, percebemos a dificuldade em transmitir o conteúdo pedagógico para uma criança com essas limitações. Começamos a buscar mundo afora outras opções, trabalhos que já estavam mais avançados porque toda criança é capaz de aprender. A Turma do Jiló é baseada nisso, para ajudar crianças na mesma situação", conta a fundadora.

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Carolina ressalta que mesmo as escolas privadas encontram "caminhos para negar vagas aos alunos" e alegam não ter estrutura para atender crianças e adolescentes com deficiência. 

Os pais, com medo de rejeição, acabam optando por não matricularem os filhos. A rede pública é obrigada a receber os alunos com deficiência a partir do Ensino Fundamental, o que deixa a escola na primeira infância (pré-escolar) em um limbo.

"O aluno ir para a escola não é o suficiente. Ele não pode ir pra lá apenas para o convívio social, a escola precisa ter capacidade de ensinar esse aluno a aprender", reclama.

Mas existem avanços. Para Carolina, o Brasil vive "uma onda inclusiva" e o assunto está na moda, especialmente após os Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro em 2016. "Agora o que a gente precisa conscientizar que essas pessoas precisam de oportunidade e para isso, elas precisam estar na escola".

Convite

A Nexus tem representantes de 70 países do mundo. A divisão brasileira conheceu a Turma do Jiló e fez o convite.

"O evento é incrível, tem pessoas do mundo inteiro compartilhando as mesmas causas. A gente fala sobre os problemas globais, educação inclusivo, e formas de levar isso para grandes empresas e fazê-los apoiar projetos como os nossos".

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