Biólogos russos desvendam o mistério das marés sangrentas

© Foto / Kai Schumann/NOAAAlgas vermelhas na Califórnia
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Segundo os cientistas russos, as algas vermelhas tóxicas que causam as chuvas "sangrentas" e marés vermelhas se estão espalhando pelos mares e oceanos por serem completamente omnívoras.

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De acordo com o artigo dos biólogos russos publicado na revista Estuarine, Coastal and Shelf Science, o dinoflagelado Prorocentrum minimum pode se alimentar tanto de compostos inorgânicos como de compostos orgânicos como, por exemplo, a ureia, fertilizante habitualmente utilizado na agricultura. "Se na água há falta de compostos inorgânicos, estas algas começam se alimentando de ureia. É por isso que não existem condições desconfortáveis para elas", explicou Sergei Skarlato do Instituto da Citologia da Academia de Ciências da Rússia em São Petersburgo.

Nos últimos anos, os habitantes da Espanha, do Caribe e de algumas outras regiões têm observado um fenômeno estranho: "chuvas sangrentas" e marés vermelhas, que foram consideradas por muitas pessoas religiosas como um sinal do fim do mundo. Evidentemente, não há nada de sobrenatural nestas chuvas e marés – as anomalias surgiram por causa do florescimento rápido das algas marrom.

Marés vermelhas são muito perigosas para outras espécies microbianas e para aves e peixes, porque este tipo de algas segrega brevetoxina, que é altamente letal, e outras substâncias perigosas.

Skarlato e seus colegas conseguiram desvendar o segredo destes microrganismos observando microalgas Prorocentrum minimum que recentemente foram encontradas no mar Báltico e suplantaram plenamente as espécies de plâncton que habitavam no mar. Grandes colônias destes micróbios formam machas nas zonas costeiras da Rússia e dos países bálticos, ameaçando as populações piscícolas e a saúde humana.

As algas têm diferentes instrumentos e meios que as ajudam a sobreviver em condições adversas. Por exemplo, se a água tem salinidade muito baixa elas aumentam rapidamente o ritmo metabólico para compensar as perturbações que afetam o funcionamento do DNA e das proteínas.

A combinação destes fatores explica por que a epidemia de marés sangrentas está fora de controle no mar Báltico. A capacidade de sobreviver em condições adversas e de metabolizar diferentes classes alimentícias contribuiu para a sua colonização dele.

Segundo Skarlato, recolhendo dados sobre estas algas os cientistas poderão prever e controlar sua colonização dos mares.

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