Ex-agente da KGB dá fatos nunca antes expostos sobre assassino de Kennedy

© AP PhotoPresidente John Kennedy durante discurso de tomada de posse, em 20 de janeiro de 1961
Presidente John Kennedy durante discurso de tomada de posse, em 20 de janeiro de 1961 - Sputnik Brasil
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Quase 4.000 documentos, relacionados à morte do 35º presidente dos EUA, John F. Kennedy, foram publicados pelo Arquivo Nacional norte-americano.

Entre estes materiais se encontram 17 gravações das entrevistas realizadas com o agente da KGB Yuri Nosenko, que fugiu para os EUA em janeiro de 1964.

"Nosenko afirmou que, como parte de seu trabalho como agente da KGB, ocupou-se do caso de Lee Harvey Oswald, quando este viveu na União Soviética, entre os anos de 1959 e 1962", diz o comunicado do Arquivo.

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Segundo a versão oficial, Lee Harvey Oswald é o assassino do presidente Kennedy.

Em total, foram publicados 3.810 documentos, que incluem arquivos do FBI e da CIA.

A revisão desses papéis tem sido levada a cabo de acordo com a Lei de Coleção de Registros sobre o assassinato de John F. Kennedy, de 1992, que estabelece que "cada registro do assassinato se tornará público em sua totalidade".

O que fazia Lee Harvey Oswald na URSS?

Lee Harvey Oswald, o fuzileiro naval dos EUA, desertou na União Soviética em outubro de 1959, quando tinha apenas 19 anos. Depois de pisar em terra soviética, apresentou pedido para obter cidadania soviética, mas este foi rejeitado. Então, o jovem cortou as veias na banheira de seu quarto de hotel em Moscou. Quando o encontraram, transferiram-no para um hospital psiquiátrico.

Como parte da terapia, foi enviado a Minsk para trabalhar em uma fábrica de aparelhos elétricos. O jovem não gostou do trabalho operário que fazia, que, em seu diário, reclamava da ausência de pistas de boliche e de locais de passatempo noturno.

Depois de conhecer Marina, uma farmacêutica da região de Arkhangelsk, decidiu voltar para sua pátria, o que finalmente conseguiu em maio de 1962, acompanhado por Marina e seu primeiro bebê.

Vagando no México

Em setembro de 1963, Oswald fugiu para o México, onde pediu asilo na Embaixada da URSS e no Consulado de Cuba. O seu pedido foi rejeitado em ambos os lugares.
Anos depois, em 2013, o ex-agente da KGB, Nikolai Leonov, declarou à revista russa Odnako que foi ele quem falou com Oswald, naquele dia, na Embaixada da URSS no México.

"Diante de mim havia uma pessoa muito fina, diria mesmo que extenuada, com os olhos inquietos e nervosos e as mãos trêmulas. Queixava-se de que, depois do seu retorno aos Estados Unidos da URSS, onde trabalhou em uma fábrica em Minsk, foi perseguido constantemente por pessoas e organizações desconhecidas", disse Leonov.

Finalmente, o ex-funcionário propôs a Oswald escrever um pedido de ajuda ao Presídio do Conselho Supremo da URSS, mas nem sequer conseguiu terminar a carta:

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"Suas mãos tremiam tanto que rasgava o papel com a sua pena e, ao final, irritou-se, chamando os diplomatas soviéticos de burocratas e homens sem alma. Ele disse que não podia esperar quatro meses necessários e que se ia se dirigir à embaixada de Cuba."

De acordo com o funcionário, o norte-americano repetia o tempo todo que estava controlado. No entanto, comprou um revólver, que chegou até a mostrá-lo para o funcionário da embaixada.

Leonov assegura que uma pessoa tão doente como Oswald não poderia ter assassinado Kennedy:

"De repente fiquei sabendo que este homem matou o presidente dos Estados Unidos. Acho que era fisicamente incapaz de fazê-lo. Para disparar um rifle de franco-atirador, a uma distância entre 200 e 300 metros, é preciso estar em forma e ter nervos de aço. Oswald não tinha ambas as coisas."

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