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Eminente fábrica de aviação russa conquista mercados e sonha em criar parceria com Brasil

© Sputnik / Mihail Kutusov / Acessar o banco de imagensSukhoi SuperJet-100
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Recentemente, a Sputnik já revelou aos seus leitores como se criam os potentes motores de fabricação russa na empresa Saturn e volta para explicar como a eficiente empresa russa está aproveitando seu arsenal para se tornar em uma potência de grande peso no mercado internacional de construção de motores aeronáuticos.

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Nos últimos anos, a empresa russa que faz parte da Corporação Unida de Construção de Motores (ODK, na sigla russa) e, consequentemente, da gigante Rostec, já tem provado que, apesar das sanções, é capaz de efetuar uma parceria frutífera com outros países.

Deste modo, foi criado o marcante motor PowerJet SaM146 que é instalado, em particular, nos aviões civis Sukhoi Superjet 100. Vale relembrar que o grupo francês SAFRAN se encarrega da "parte quente" do motor, enquanto seu parceiro russo produz a "parte fria" e realiza a montagem e todas as provas necessárias.

Mesmo no meio de uma situação política bem tensa nos últimos anos, a Saturn continua ganhando cada vez mais terreno para se destacar no mercado mundial, dado que a companhia acabou de participar, nomeadamente, do 52º Salão de Aviação Internacional de Paris-Le Bourget neste mês de julho.

"Contribuímos para a montagem dos chamados 'cavalinhos de trabalho' da aviação — ou seja, do Airbus A320 e do Boeing 737. Nós temos fornecido peças para estes motores praticamente desde a criação da empresa VolgaAero. E o volume de produção está constantemente crescendo", comunicou aos correspondentes da Sputnik o diretor do projeto do SaM146 e um dos gerentes da empresa, Mikhail Berdennikov, se referindo à fabricação conjunta russo-francesa criada em 2005 na base da empresa Saturn na cidade russa de Rybinsk.

Michel Ranger, vice-diretor do programa SaM146 pela parte francesa, destacou aos jornalistas que hoje em dia a produção cresceu duas vezes em comparação com o respectivo período quatro anos atrás, sendo que esta se divide entre os russos e franceses pela metade.

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O dirigente francês assinala também que cresce a fabricação conjunta de outro motor aeronáutico marcante — o CFM International CFM56 — sendo que hoje em dia se produzem 6 conjuntos de motores por mês, enquanto a expectativa para o ano que vem já é de 7. Segundo ele, a fábrica trabalha com padrões "da mesma forma elevados como os da Europa, EUA, China ou qualquer outra parte do mundo".

"Tentamos competir e nos tornarmos em um fornecedor à escala mundial. Agora, temos todas as chances", revela.

Vale destacar que, em busca de novos parceiros, a Saturn não se limita apenas à Europa e à França em particular. Por exemplo, em 2011 a companhia entregou à Índia 10 motores AL-55. Por seu turno, os aviões das linhas aéreas mexicanas Interjet, também equipados com motores de fabricação da Saturn, no ano passado completaram 100 mil ciclos de funcionamento.

Os dirigentes da empresa assinalam que a recente mudança no câmbio do rublo beneficiou o brusco aumento de competitividade dos produtores russos.

© Sputnik / Ekaterina NenakhovaColetiva de imprensa dos altos dirigentes da empresa russa Saturn que ocorreu em 21 de julho na cidade russa de Rybinsk
Coletiva de imprensa dos altos dirigentes da empresa russa Saturn que ocorreu em 21 de julho na cidade russa de Rybinsk - Sputnik Brasil
Coletiva de imprensa dos altos dirigentes da empresa russa Saturn que ocorreu em 21 de julho na cidade russa de Rybinsk

"Tornamo-nos muito mais capazes de concorrer no mercado internacional, quero dizer, a Rússia em geral, e isso foi favorável à Saturn. Há quem diga que até ultrapassamos a China em termos de competitividade", ressalta Mikhail Berdennikov.

A Sputnik Brasil fez questão de saber se a empresa russa tem planos para desbravar, entre outros, os mercados brasileiros. O diretor do projeto do SaM146 Mikhail Berdennikov, por sua vez, nos revelou que isso, sem dúvida, faz parte das ambições globais da empresa.

"Gostaríamos muito de contar com podermos fornecer aviões ao Brasil, quero dizer o Sukhoi SuperJet. Mas o Brasil é o país da Embraer, por isso vender para lá os aviões Sukhoi SSJ100 não é uma tarefa fácil. Acreditamos que a questão de parceria na construção de motores e na de aviões é, do nosso ponto de vista, algo lógico no contexto dos BRICS. Resta esperar que esta nossa aspiração seja ouvida e comecemos cooperando", sublinha.

Berdennikov assinala: a respectiva produção é "objeto de corrida de competição", o que, evidentemente, é um significativo obstáculo para uma cooperação frutífera.

"O fato de nós explorarmos com sucesso os aviões mexicanos é o primeiro passo. Entrar no Brasil diretamente acho que seria difícil […] Para agora, infelizmente, nós não temos quaisquer projetos concretos com participação brasileira. Mas claro que saudaríamos tal cenário", resumiu ele à Sputnik Brasil.

© Sputnik / Ekaterina NenakhovaO diretor do projeto do SaM146 e um dos gerentes da empresa Saturn, Mikhail Berdennikov, fala aos jornalistas durante uma excursão pela fábrica em Rybinsk
O diretor do projeto do SaM146 e um dos gerentes da empresa Saturn, Mikhail Berdennikov, fala aos jornalistas durante uma excursão pela fábrica em Rybinsk - Sputnik Brasil
O diretor do projeto do SaM146 e um dos gerentes da empresa Saturn, Mikhail Berdennikov, fala aos jornalistas durante uma excursão pela fábrica em Rybinsk
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