Possivelmente sequestrada, norte-coreana aparece em canal de TV chamando o Sul de inferno

© Youtube/ Freedom NK TVLim Ji-hyun, also known as Jon Hye-song. A defector to South Korea who returned to North Korea under murky circumstances.
Lim Ji-hyun, also known as Jon Hye-song. A defector to South Korea who returned to North Korea under murky circumstances. - Sputnik Brasil
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A Coreia do Sul está investigando o caso de uma desertora norte-coreana que retornou ao Norte para escapar do "inferno" que estava experimentando no Sul. Segundo a desertora, no capitalismo dos vizinhos sulistas, "o dinheiro é tudo que importa", mas autoridades desconfiam que ela teria sido sequestrada ou ameaçada.

A Agência de Polícia Metropolitana de Seul disse, na quarta-feira (19), que estava investigando como a mulher, conhecida no Sul como Lim Ji-hyun, que abandonou a nação comunista em janeiro de 2014, voltou para a Coreia do Norte para, possivelmente, participar de uma peça propagandista criticando o Sul.

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As autoridades estão tentando determinar se Lim foi sequestrada ou se deixou o país por sua própria vontade. Até agora, a polícia tem duas possibilidades: ela pode ter sido raptada na fronteira entre a Coreia do Norte com a China, enquanto tentava falar com parentes, ou teve familiares ameaçados pelo Regime.

Outros desertores que voltaram para o Norte apareceram em programas semelhantes, o que reforça a tese de sequestro e coação.

Em um vídeo on-line, postado no site estatal Uriminzokkiri no domingo (16), Lim apareceu vestindo uma túnica de seda tradicional e se apresentou como Jon Hye-song, dizendo que "voltou para casa", mais precisamente para a província de Pyeongan do Sul em junho, para morar com sua família.

Ela disse que a vida na Coreia do Sul era "miserável".

"Eu fui para a Coreia do Sul sustentando essa fantasia de que conseguiria comer e viver bem, ganhar muito dinheiro, mas o Sul não era o lugar que eu imaginava", disse ela, de acordo com o jornal Japan Times. "Todo dia no Sul era como um inferno. Todas as noites…  chorei pensando na minha terra natal e meus pais no Norte."

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A ex-desertora também disse que uma estação de televisão sul-coreana pressionou para que ela mentisse sobre o quão infeliz estava no Norte. A mulher ainda se classifica como "lixo humano" por manchar seu país de nascimento.

"Tudo o que eu disse na TV foi manipulado para fazer os norte-coreanos parecerem bárbaros, ignorantes e estúpidos", disse ela. A mulher não revelou como voltou para o Norte.

Mais de 30 mil pessoas fugiram da Coreia do Norte para o Sul desde a década de 1990, quando a fome atingiu o país.

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