'Nosso inimigo não é a Rússia'

© Sputnik / Valery MelnikovBombas de fragmentação foram usadas contra a cidade de Lugansk afirma OSCE
Bombas de fragmentação foram usadas contra a cidade de Lugansk afirma OSCE - Sputnik Brasil
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A Câmara dos deputados da Itália sediou pela primeira vez a conferência "Donbass: a guerra é culpa da Europa". A Sputnik Itália falou com um dos conferencistas, político Maurizio Marrone, para saber como se desenvolverá a crise e por que a mídia italiana está ignorando o conflito, desencadeado no centro da Europa.

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O conselheiro regional e vereador de Turim, Maurizio Marrone, acredita que a conferência é um evento muito importante, pois marca o início de discussão sobre o tema da guerra em Donbass no Parlamento da República Italiana.

"Queríamos chamar atenção da política italiana para o conflito, que até hoje não tinha sido discutido. É uma guerra que afeta, indiretamente, os países da Europa, no que diz respeito às sanções econômicas."

O político nota que o conflito é pouco coberto pela mídia e acha que a censura se deve ao fato de a União Europeia e governos dos países-membros serem responsáveis por esta guerra.

"A UE entende que a organização tomou o lado errado do conflito e que lhe cai muita responsabilidade, por isso tentam constantemente censurar notícias sobre esta guerra, sobre sua existência, enquanto o regime de cessar-fogo nunca foi cumprido. Eu mesmo estive três vezes em Donetsk e Lugansk, onde vi com meus próprios olhos como a artilharia de Kiev bombardeia quarteirões habitacionais, causando novas vítimas entre civis", disse em entrevista à Sputnik Itália.

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Ao falar das sanções antirrussas, introduzidas pela Europa, Maurizio Marrone sublinhou que o governo italiano sabe quais foram os danos que as sanções causaram à exportação e ao setor de negócios italianos. Segundo ele, a Itália é forçada a enviar seus militares para a Letônia no âmbito da missão da OTAN, enquanto Roma não tem coragem suficiente para se recusar a pagar as faturas obrigatórias à Aliança.

Além disso, Maurizio Marrone contou sobre o projeto 101 life que tem por objetivo informar à sociedade sobre as crianças que morreram durante o conflito; o número de vítimas mortais infantis já ultrapassou 100.

"Há pouco, o Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, apresentou um relatório com 16 reclamações à Ucrânia quanto a tais crimes graves, como torturas, privação de liberdade ilegal e violação da liberdade de circulação. Receamos que [a Ucrânia] possa usar [a UE e os EUA] como uma plataforma para atacar o chamado mundo russo", disse o político, afirmando esperar que um dia o governo da Itália saia do conflito e mude sua atitude em relação à OTAN.

Maurizio Marrone também expressou a esperança que a Itália se encaminhe rumo a uma aliança com a Rússia e que os dois países voltem a cooperar no comércio e economia, bem como no combate ao terrorismo.

"Nós, sendo parte do mundo ocidental, estamos vendo que Moscou está combatendo o Daesh praticamente sozinha. Devemos entender que nosso inimigo é o terrorismo islâmico, não a Rússia", concluiu.

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