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Ex-presidente Lula concede entrevista coletiva após condenação

© REUTERS / Paulo WhitakerLula, ex-presidente do Brasil
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concede entrevista coletiva neste instante sobre a sentença anunciada ontem pelo juiz Sérgio Moro, que o condenou a nove anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Ex-presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva - Sputnik Brasil
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Lula é condenado a 9 anos e 6 meses de cadeia
O ex-chefe de Estado foi acusado de receber propina da empreiteira OAS, através da compra e reforma de um apartamento tríplex, no Guarujá, em troca de favorecimentos em contratos com a Petrobras. Segundo acusadores, a prática, que gerou sérios prejuízos à estatal, era comum. Políticos e diretores da petrolífera recebiam pagamentos de executivos de empresas fornecedoras, prestadoras de serviços, oriundos de contratos superfaturados, a fim de manter o esquema de corrupção, revelado pela operação Lava Jato. Enquanto os dirigentes da Petrobras cuidavam da parte prática, os políticos agiam através da indicação de nomes específicos para altos cargos da companhia. 

Delatores afirmaram que Lula sabia do esquema e que sua parte, cerca de R$ 3,7 milhões, teria sido dada através desse imóvel, pagamento referente a três contratos entre a OAS e a Petrobras. O ex-presidente e seus advogados, no entanto, negam que o imóvel seja de propriedade do petista, destacando que não há qualquer documento comprovando essa acusação. Mas, para o juiz Moro, os indícios apresentados no processo foram suficientes para concluir que o tríplex teria, sim, sido destinado a Lula como propina.

Em discurso pouco antes da chegada do ex-chefe de Estado para a entrevista coletiva, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, disse que a condenação de Lula foi puramente política e carece de base legal por não ter sido baseada em provas. 

"Se pretendem com isso enfraquecer a candidatura do presidente Lula, estão completamente enganados", afirmou a parlamentar.

Condenado em primeira instância, Lula poderá recorrer em liberdade. Porém, se também for condenado em segunda instância, ficará inelegível. 

Em seu discurso, direto da sede do PT, em São Paulo, Luiz Inácio Lula da Silva agradeceu por todo apoio que tem recebido e disse que já esperava por essa condenação. Com duras críticas à cobertura da grande mídia, ele voltou a defender sua inocência, insinuando que essa decisão de Sérgio Moro era uma espécie de questão moral para o juiz.

"Não é possível a gente ter um Estado Democrático de Direito se a gente não acreditar na Justiça", afirmou o ex-presidente, acrescentando que tanto ele quanto Moro serão julgados pela História. "Se alguém tiver uma prova contra mim, mande para a Justiça. O que me deixa indignado, mas sem perder a ternura, é ser vítima de mentira".

Por último, Lula deixou claro que, mais do que nunca, quer se colocar agora como candidato à presidência, pelo Partido dos Trabalhadores, em 2018, apesar dos possíveis problemas jurídicos. Fazendo uma provocação a seus adversários, o ex-presidente disse que o Brasil não precisa ser governado pela elite, que não entende a realidade da população, e que Michel Temer deveria sair do cargo de maneira legal, pela Justiça, e não através de um golpe. 

"Eles não sabem o que fazer. Senhores da Casa Grande, permitam que alguém da senzala faça o que vocês não tem competência pra fazer."

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