Tesouros provocam briga entre EUA, Espanha e Colômbia passados 300 anos do naufrágio

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Passados 309 anos, começou a segunda batalha pelo galeão San José. O navio, afundado pelos ingleses em frente às costas de Cartagena, com seu porão cheio de tesouros, virou de novo um objeto de disputa internacional após o governo colombiano ter anunciado planejar resgatá-lo das profundezas marinhas.

Em 8 de junho de 1708, o San José, com sua tripulação de mais de 600 homens, navegava para Cartagena, onde foi atacado pela embarcação inglesa HMS Expedition, armado de 70 canhões. Na sequência do ataque, houve uma explosão a bordo do navio espanhol, que se afundou nas profundezas marinhas com todos seus tesouros: esmeraldas, barras de ouro e prata e outros objetos valiosos, sendo que esta carga se avalia em entre 10 e 17 bilhões de dólares.

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Quase 310 anos depois, se iniciou a segunda batalha pelo galeão. Em 2015, o presidente colombiano Juan Manuel Santos anunciou que a embarcação seria levantada das profundezas marinhas.

De acordo com o professor Antonio José Rengifo, doutor em direito marítimo da Universidade de Londres, há uma série de motivos para considerar o navio como propriedade colombiana.

"Tudo começa com o momento de busca do galeão: em 1980, surgiu uma empresa que se ocupava de pesquisas subaquáticas. Ela afirmou que estava disposta a encontrar o galeão e obteve uma autorização para começar a explorar. Se uma empresa encontra um naufrágio, ela é obrigada de comunicar as coordenadas por lei. Quando ela encontra algo, obtém o direito de a uma parte dos tesouros, porém, o volume desta parte se determina pela legislação do país em questão", disse o especialista à Sputnik Mundo.

O lugar do naufrágio foi encontrado em 1994 pela empresa Sea Search Armada, após o que as autoridades colombianas lhe concederam o status de "denunciante", porém, a empresa exigiu que fosse determinada sua parcela exata. Na sequência disso, se deu uma demorada briga entre a empresa americana e as autoridades colombianas disputando se a respectiva empresa realmente tinha o direito de efetuar as pesquisas subaquáticas.

Tudo mudou quando o presidente do país latino-americano anunciou que o galeão tinha sido achado por pesquisadores colombianos. Em resposta, a Sea Search Armada afirmou que os colombianos conseguiram fazê-lo graças aos dados fornecidos pelos americanos em 1994.

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Além disso, a "briga" pode contar também com a participação da Espanha, que sempre avaliou galeões como navios de guerra e, consequentemente, sua propriedade, embora estes transportassem ouro e esmeraldas das colônias.

Ao longo da sua visita à Colômbia, o ministro da Justiça espanhol, Rafael Catalá Polo, afirmou que este é um "navio espanhol, já que pelo direito internacional o navio pertence ao Estado cuja bandeira foi usada pela embarcação no dia do naufrágio. A bordo do galeão morreram centenas de espanhóis".

Rengifo aconselha a não descartar Madri.

"A Espanha venceu em tribunais americanos durante um processo sobre outro galeão afundado. É um precedente muito sério", avisou o especialista em direito marítimo.

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