Especialista analisa enquete da Sputnik sobre investimentos em Defesa em diversos países

© Sputnik / Sergei MalgavkoSistemas de mísseis S-400 Triumph do regimento de defesa antiaérea na cidade russa de Teodósia, na Crimeia
Sistemas de mísseis S-400 Triumph do regimento de defesa antiaérea na cidade russa de Teodósia, na Crimeia - Sputnik Brasil
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Pedro Paulo Rezende, especialista em Assuntos Militares, Defesa e Relações Internacionais, comenta resultado da enquete promovida por Sputnik-Opinião sobre investimentos em Defesa em diversos países como França, Alemanha, Itália e Reino Unido.

Para a maioria das pessoas consultadas nesses países, não há necessidade de maiores investimentos em Defesa. Opinaram desta forma 53% dos italianos, 47% dos alemães, 35% dos franceses e 25% dos britânicos. Com a pergunta “Seu país precisa investir mais em defesa?”, a consulta foi realizada entre os dias 21 e 25 de abril de 2017 pela IFop, empresa parceira da Sputnik-Opinião, com 3.203 pessoas residentes na França, Alemanha, Itália e Reino Unido.

Soldados alemães durante a primeira visita do secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, para a base alemã da OTAN, Camp Marmal, em Mazar-i Sharif, no Afeganistão - Sputnik Brasil
Enquete: seu país precisa investir mais na defesa?
O especialista Pedro Paulo Rezende viu estes resultados como naturais, pelo fato de os investimentos em Defesa envolverem altíssimos valores:

“Essa pesquisa de Sputnik-Opinião mostra um resultado natural. Realmente, os países desenvolvidos despendem muito em Defesa, embora o mundo de hoje não devesse ser o mundo da Guerra Fria. Deveria ser um mundo preocupado com a guerra ao terror, que é muito mais ativa e afeta bem mais os países do Ocidente. Ao invés de milhões de dólares serem gastos com equipamentos sofisticados, seria melhor empregar esse dinheiro em equipamentos mais simples e mais adequados à luta contra o terror.”

A pesquisa também informa que todos os países da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), inclusive Alemanha, França, Itália e Reino Unido, comprometeram-se a destinar 2% do PIB para a Defesa. Em 2016, segundo estimativas da própria OTAN, a Alemanha destinou apenas 1,19% do PIB; a França, 1,78%; a Itália, 1,1%; e apenas o Reino Unido aplicou 2,21% do Produto Interno Bruto em investimentos na Aliança Atlântica.

De acordo com Pedro Paulo Rezende, porém, a meta de investir até 2% do PIB na OTAN não é factível:

“Os países não vão destinar 2% do seu PIB em investimentos na OTAN por uma simples razão: a despesa é muito alta”, observa. 

Quanto às afirmações do Presidente Donald Trump, feitas ainda na campanha de 2016, de que iria rever o papel dos Estados Unidos na OTAN enquanto não houver uma contrapartida dos países da Europa em maior proporção, Rezende afirma que elas não devem ser levadas a sério:

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“Donald Trump não vai reduzir os investimentos na OTAN. Dizer que irá fazer isso, como vem fazendo desde a campanha presidencial do ano passado, é mero exercício de retórica. Ele não pode diminuir os investimentos militares porque, nos Estados Unidos, a pressão do Congresso é muito grande.”

Na entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, Pedro Paulo Rezende também destacou a posição dos países latino-americanos diante de gastos militares. Embora consciente da dificuldade de recursos destes países, o especialista diz que eles não terão como evitar tais investimentos:

“Em relação aos países latino-americanos, muito em breve haverá um aumento das despesas com recursos militares por uma razão muito simples: obsolescência dos seus atuais equipamentos. Há uma demanda reprimida muito grande, que terá de ser atendida.”

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