Rota pelo Ártico torna passagem de navios mais segura do que via mares quentes

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O diretor executivo do Instituto de Direito e Política Polar da Universidade do Oceano chinesa, Guo Peiqing, afirmou em uma entrevista à Sputnik que a rota através do Ártico é a mais segura para a futura construção da Rota da Seda Marítima.

De acordo com o especialista, esta rota marítima pode se tornar em um impulso forte que contribuirá para a integração econômica na região euroasiática.

Desbravar o Ártico exclusivamente com a Rússia

A China está altamente interessada na exploração do Ártico, principalmente por via da cooperação internacional e interação comercial e econômica, comunicou o especialista chinês.

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"No que trata da cooperação, de todos os países é a Rússia quem está entre as prioridades para a China. Vemos como hoje em dia se desenvolve uma cooperação ativa na região de Yamal [no âmbito de um projeto da exploração de gás]. É também muito promissora a cooperação no contexto do projeto Belkomur — de Arkhangelsk, através do mar Branco, até à República Komi e aos Urais. As maiores corporações estatais chinesas estão dispostas a investir nele. Eu acredito que no futuro Arkhangelsk e Murmansk serão os maiores nós de transporte na Europa que ligarão a rota marítima ártica, o norte europeu e as regiões do interior da Rússia", explicou ele à Sputnik China.

Caminho ártico como parte da iniciativa 'Um Cinturão e uma Rota'

De acordo com Peiqing, a Rota Marítima do Norte e a Passagem do Noroeste podem se tornar em uma espécie de apêndice do projeto "Um Cinturão e uma Rota".

"O projeto 'Cinturão Econômico da Rota da Seda' atravessa o continente euroasiático precisamente pelo meio, enquanto o projeto ‘Rota Marítima do Século XXI' passa pelo sul. Falta, por enquanto, uma rota setentrional", contou o especialista.

Peiqing explicou que a caraterística mais importante da rota marítima ártica é que ela atravessa regiões relativamente pacíficas, onde não há conflitos territoriais e de interesses, diferentemente da rota "Cinturão Econômico da Rota da Seda", cuja construção foi obstaculizada pela resolução de disputas e coordenação escrupulosa de muitos passos.

"Ou por exemplo a 'Rota Marítima do Século XXI', que é uma rota meridional, e que passa pelo mar do Sul da China, Ásia Oriental, Oceano Índico. São regiões com muitos problemas. Outra coisa é uma rota setentrional, por isso eu acredito que isso pode ser um grande estímulo que contribuirá para a integração econômica euroasiática", observou.

Corredor marítimo russo atravessa mares do Norte

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Não se pode descartar a Rota Marítima do Norte, que representa um grande interesse para as empresas asiáticas. O especialista chinês destacou que a navegação através da Passagem do Noroeste, bem como através da Rota Marítima do Norte, permitirá que as empresas chinesas poupem tempo e dinheiro na viagem para os países ocidentais.

Tomando em conta o aquecimento das águas no oceano Ártico, a Rota Marítima do Norte pode virar uma alternativa à maior rota transcontinental que atravessa os mares meridionais da Eurásia, bem como a África através do Canal de Suez.

Deste modo, a passagem de um navio de carga de Xangai a Hamburgo através da Rota Marítima do Norte será 2.800 milhas mais curta que uma viagem através do Canal de Suez.

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