Novo presidente do Equador chama Julian Assange de 'hacker' e fundador do WikiLeaks reage

O recém-empossado presidente do Equador Lenín Moreno classificou Julian Assange de "hacker", mas afirmou que manterá o asilo garantido ao fundador do WikiLeaks.

"O senhor Assange é um hacker. Isso é algo que nós e eu mesmo rejeitamos… Eu respeito a condição, em que ele está… e também pedimos que ele respeite a situação em que está", disse Moreno em uma coletiva de imprensa.

Moreno venceu as eleições presidenciais no Equador em abril e assumiu o cargo em 24 de maio. Seu antecessor, Rafael Correa, concedeu asilo a Assange em 2012, mas o fundador do WikiLeaks não conseguiu chegar à América Latina porque temia ser extraditado para a Suécia — e então para os Estados Unidos. Assange respondia por acusações de estupro e se refugiou na embaixada do Equador em Londres. A acusação foi arquivada recentemente, mas a polícia britânica afirmou que pode prender Assange caso ele deixe a embaixada já que ele descumpriu sua liberdade condicional.

Em 26 de maio, Moreno pediu a Assange que não interferisse nos assuntos internos do país, bem como na política de outros estados, enquanto permanecia em sua delicada posição.

Os comentários de Moreno foram feitos após Assange afirmar que publicaria qualquer informação sobre corrupção no Equador, caso tivesse evidências relevantes.

"Publicar provas de corrupção não é 'hackear'. Sou jornalista e editor e nem sequer os Estados Unidos me rotula como hacker", afirmou Assange por meio de seu Twitter.

Publicar pruebas de corrupción no es hackear. Soy periodista y editor. Ni siquiera EEUU me tilda de hacker. @Lenin https://t.co/EuSGNBg02G

— Julian Assange (@JulianAssange) 29 de maio de 2017