Especialista: planos de Washington de criar uma 'OTAN árabe' contra Irã não darão certo

© AP Photo / SPAForças Armadas da Arábia Saudita e unidades das Forças Especiais do Exército do Paquistão participam dos exercícios militares conjuntos "Al-Samsam 5", no sudoeste da Arábia Saudita
Forças Armadas da Arábia Saudita e unidades das Forças Especiais do Exército do Paquistão participam dos exercícios militares conjuntos Al-Samsam 5, no sudoeste da Arábia Saudita - Sputnik Brasil
Nos siga no
É pouco provável que os planos de Washington de criar uma aliança militar liderada pela Arábia Saudita no Oriente Médio sejam concretizados, o especialista em assuntos sírios e observador político, Husnu Mahalli, disse em entrevista à Sputnik Turquia.

"Se o plano for realizado, isso levará a uma confusão total, pois uns países se posicionarão contra outros. Basta citar o exemplo da Líbia, país esse completamente sunita. Todos os grupos em conflito são compostos por sunitas. O Egito e os EAU apoiam uma parte destes sunitas, enquanto a segunda parte é apoiada por Bahrein e pela Arábia Saudita. Há também uma terceira parte que recebe ajuda da Turquia e do Qatar, e uma quarta — da Itália. Dada a minha experiência jornalística de 40 anos, que eu recebi trabalhando nos países islâmicos, inclusive no mundo árabe, posso prever que esta ideia acabará em nada", disse o especialista.

Forças especiais dos EUA e Jordânia (foto de arquivo) - Sputnik Brasil
Contra quem na realidade irá combater a 'OTAN árabe'?
Mais cedo neste ano, foi informado que a administração de Trump estava negociando com seus aliados-chave no Oriente Médio, incluindo Egito, Jordânia, Arábia Saudita e os EAU para criação de uma aliança militar na região a fim de alegadamente conter a influência do Irã.

Espera-se que a nova coalizão, caso seja criada, adote uma cláusula de resposta coletiva, copiada do 5º artigo da OTAN. O bloco também compartilharia inteligência com Israel. No entanto, nem Washington, nem Tel Aviv serão membros do bloco.

O presidente norte-americano também mencionou esta ideia na semana passada durante sua visita à Arábia Saudita. Ele apelou aos líderes muçulmanos para criarem "uma coalizão de nações com o objetivo comum de acabar com o terrorismo e assegurar o futuro das crianças".

US President Donald Trump and Saudi Arabia's King Salman bin Abdulaziz Al Saud (R) attend the Arab Islamic American Summit in Riyadh, Saudi Arabia May 21, 2017. - Sputnik Brasil
Opinião: 'Trump conseguiu criar frente unificada com aliados árabes chave'
"Também começamos a discutir com muitos países aqui presentes o reforço de alianças e criação de uma nova para garantir estabilidade no Oriente Médio e fora da região", disse Trump em seu discurso principal.

Husnu Mahalli descreveu a visita de Trump à Arábia Saudita como "vitória" do reino do óleo.

"Durante sua visita, Trump assinou contrato de fornecimento de armas e material bélico no valor de US$ 110 bilhões de dólares (R$ 359,5 bilhões) e declarou ter alcançado um acordo de princípio com a Arábia Saudita para fornecimento de equipamento militar durante a próxima década equivalente a 350 bilhões de dólares. Mas a questão se ganhou ou não com isso é discutível. Durante sua companha eleitoral, Trump prometeu que resolveria o problema de desemprego. Será que ele pretende acabar com o desemprego, instalando fábricas de armas nesta região? Tais ações da administração norte-americana têm um caráter muito contraditório. E se a vantagem dos EUA neste caso não for evidente, pode-se afirmar com certeza que estes acordos correspondem completamente aos interesses da Arábia Saudita", disse Mahalli à Sputnik Turquia.

Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала