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Mesmo dividida, OEA busca solução para a crise da Venezuela

© AFP 2023 / Juan BarretoProtestos já deixaram 48 mortos desde a primeira semana de abril
Protestos já deixaram 48 mortos desde a primeira semana de abril - Sputnik Brasil
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Mesmo que dividida para a reunião convocada em Washington no próximo dia 31, a Organização dos Estados Americanos (OEA) é peça-chave nos esforços da comunidade internacional para evitar um agravamento da crise na Venezuela que já deixou 48 mortos e centenas de feridos desde o início de abril, segundo especialista ouvido pela Sputnik.

A análise é do professor de Relações Internacionais do Centro Universitário La Salle, Rafael Araújo, ao comentar o placar apertado que aprovou a convocação: 18 votos a favor, entre eles o do Brasil e dos demais sócios do Mercosul, um voto contrário (Nicarágua), duas ausências (Granada e a própria Venezuela) e 13 abstenções, a quase totalidade dos países do Caribe, sendo duas significativas — Equador e Bolívia, tradicionais aliados da Venezuela, que em 28 de abril solicitou seu desligamento da OEA.

"A OEA está tomando a medida correta apesar da votação ter sido apertada, mas é necessário que tanto ela quanto a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) chamem governo e oposição à mesa para se encontrar uma solução política para a crise que já produziu 48 mortos e uma centena de refugiados que vieram para o Brasil.  Roraima e Amazonas vêm recebendo venezuelanos que vêm fugindo dos conflitos entre governo e oposição", diz Araújo, observando que a resolução da OEA vem com atraso, no sentido de tentar articular uma negociação entre governo e oposição.

O professor do La Salle aponta uma aspecto importante na votação, a abstenção do Equador, país que tem sido, no últimos anos, um aliado de Nicolás Maduro. Segundo ele, a própria abstenção do Equador na votação expressa a necessidade de articulação entre governo e oposição que paralise os recentes conflitos. Diante da falta de diálogo entre Venezuela e OEA, Araújo diz que é importante a contribuição da Unasul nesse esforço de conciliação que deveria contemplar também Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. O professor, no entanto, admite que essa será uma solução difícil, na medida em que tanto governo quanto oposição radicalizam suas posições e crescem os enfrentamentos nas ruas.

Com relação ao fato de que a intermediação feita pelo Vaticano não estar obtendo êxito — ao contrário do que ocorreu no processo de pacificação entre o governo da Colômbia e as FARCs — Araújo credita essa incapacidade à própria polarização das partes. 

"No governo do (Hugo) Chávez e nos primeiros momentos do Maduro, os conflitos se davam via disputa eleitoral e disputa midiática. Agora a gente tem as ruas como espaço de disputa e que vem levando a sérios confrontamentos físicos", conclui Araújo.

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