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Para senador Capiberibe, não vai passar a semana que vem com Temer na presidência

© Agência BrasilJoão Capiberibe no plenário do Senado, foto de arquivo
João Capiberibe no plenário do Senado, foto de arquivo - Sputnik Brasil
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A Sputnik Brasil conversou com o senador João Capiberibe do PSB, do estado do Amapá, sobre a decisão de Michel Temer de não renunciar no meio do escândalo em torno da gravação de conversa de Temer com o dono da JBS e sobre o futuro político do atual presidente.

O senador acredita que Temer ainda pode renunciar daqui a mais alguns dias e que está aguardando o momento certo para renunciar. Em todo o caso, para Capiberibe, os dias da presidência de Michel Temer estão contados.

"Eu não acredito que o presidente consiga passar além da próxima semana sem renúncia", declarou.

Lembramos que na última quarta-feira (17), foi divulgada a delação dos irmãos Joesley e Wesley Batista, donos da empresa JBS, no âmbito da Operação Lava Jato, revelando uma gravação em que Michel Temer teria autorizado o pagamento de propina para comprar o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. "Tem que manter isso, viu?", teria dito Temer na gravação.

Possibilidades de Temer deixar o cargo

O senador João Capiberibe apresentou à Sputnik Brasil três possibilidades de o presidente deixar o poder:

Michel Temer fala em 18 de maio de 2017 anunciando que não iria renunciar ao seu cargo, após a divulgação da gravação da conversa com Joesley e Wesley Batista - Sputnik Brasil
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Senadores apontam para 'erro histórico' de Michel Temer
"Uma pela renúncia, que seria a mais tranquila, menos dolorosa e a mais rápida para a gente avançar na superação da crise política e, consequentemente, da crise econômica em que o pais vive por mais de dois anos. A segunda seria a decisão do TSE, a partir de aí vai ser o julgamento da chapa Dilma e Temer. E claro o mais prolongado será o impeachment".

Tocando a questão do impeachment, ele disse que o seu partido, o PSB, junto com o PDT, PCdoB, PSOL, a Rede e o PT protocolou o pedido de impeachment na Secretaria da Câmara Federal do presidente Temer.

Além disso, o senador Capiberibe acredita que, se tiver processo de impeachment, será muito mais rápido de que no caso de Dilma porque Michel Temer perdeu o apoio.

"Eu tenho certeza que esse processo seria muito rápido até porque os partidos da base de Temer estão desembarcando do governo. O PSDB acaba de protocolar também o pedido de impeachment. De fato Temer está sendo abandonado pelos seus apoiadores e isso facilita — e eu diria agiliza — o processo de impeachment".

O que virá depois da saída de Temer — eleições diretas ou indiretas?

O senador do PSB se manifestou preocupado com o período pós-Temer que, segundo ele, já está se aproximando, pois para Capiberibe "não vai passar a semana que vem com Temer na presidência". E quando Temer deixar o cargo, a única alternativa legal, constitucional que o Brasil tem hoje seria uma eleição indireta. O Senado e a Câmara elegeriam o próximo presidente para cumprir o mandato até o final de 2018.

Porém, o senador João Capiberibe acredita que este cenário não será aceito pela sociedade brasileira por falta de credibilidade e legitimidade do parlamento tendo em conta que mais de 100 parlamentares estão sendo investigados por envolvimento em esquemas de corrupção.

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Nesta situação a "voz das ruas" pode forçar o parlamento brasileiro a aprovar uma proposta de eleições diretas.

"Se a pressão das ruas chegar com força e invadir o Congresso Nacional, esta pressão do povo que tem uma solução para a crise, eu tenho a impressão de que a gente pode tramitar com mais rapidez a PEC das eleições diretas e finalmente dar palavra a quem é de direito: o povo."

Entretanto na quinta-feira (18) manifestações pela saída de Michel Temer e eleições diretas já abalaram várias cidades no Brasil.

Propostas de eleições diretas

Capiberibe contou à Sputnik Brasil que agora tramitam várias propostas de eleições diretas no parlamento. Uma é dele, apresentada no início do ano passado e que está na CCJ.

Mas há outra:

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"Tem uma proposta do deputado Miro Teixeira, a mais avançada, que já tem o parecer favorável, tem relatório favorável do deputado Esperidião Amin e pode ser que seja votada já na sexta-feira (19) pela CCJ".

Entretanto, se uma dessas propostas for aprovada, o Brasil terá eleições presidenciais em 2017 e em 2018.

O senador também explicou as diferenças entre as duas propostas:

"A proposta seria para a eleição imediata para um mandato tampão — essa do deputado Miro Teixeira. A minha também. A minha é um pouco mais demorada, porque teria que fazer primeiro uma consulta popular, uma consulta ao povo e aí depender da resposta se a maioria do povo deseja uma nova eleição, então o TSE teria 30 dias para promover esta nova eleição. A [proposta] do deputado Miro Teixeira não precisa de consulta popular. Ela é direta: aprovou, as eleições vão acontecer imediatamente".

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