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Aeronáutica brasileira quer voar mais alto

© Agência Aérea/Sgt. Batista/Fotos PúblicasAeronáutica cobra do governo mais recursos para a FAB
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O comandante da Aeronáutica, tenente brigadeiro-do-ar Nivaldo Luiz Rossato, fez duras críticas à falta de recursos do governo para investir na infraestrutura aeroviária no Norte do Brasil e para o lançamento de satélites. A cobrança aconteceu nesta quinta-feira, na audiência pública na Comissão de Relações exteriores e Defesa Nacional do Senado.

No debate sobre soberania nacional e projetos estratégicos da Força Aérea Brasileira (FAB), Rossato explicou que, com os cortes de verbas e restrições orçamentárias que atingem o controle de tráfego aéreo nos últimos anos, a confiabilidade do sistema no país já está afetada. O comandante da Aeronáutica disse que o Brasil parou de investir, porém o custeio não para de aumentar e isso acaba degradando em parte o sistema. Rossato reclamou que há dois anos o Ministério dos Transportes não realiza o repasse de verbas à Força Aérea dos recursos equivalentes à manutenção da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (Comara) e, sem os recursos, o comandante lamenta que a Comara vai acabar fechando, porque a estrutura se deteriora rapidamente sem manutenção.

O comandante pede uma ação no âmbito do Legislativo ou através do próprio Ministério dos Transportes para que esses recursos, que chegaram a somar R$ 300 milhões por ano, sejam retomados. Rossato destacou ainda que são 8 milhões e meio de quilômetros quadrados de território brasileiro e mais de 3 milhões da zona exclusiva no Atlântico para serem monitorados. Ele alerta que é preciso que o país invista em pesquisas espaciais e nas tecnologias de comunicação, como o recém Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, lançado em 4 de maio e que agora está na fase de testes, e pretende dar acesso à Banda larga em todo o país.

De acordo com o comandante, o Brasil investe apenas 0,06% do Produto Interno Bruto (PIB) nessa área, o equivalente a cerca de U$ 100 milhões. Ele comparou os investimentos do Brasil com ao país vizinho, a Argentina, que tem investido cerca de U$ 1,2 bilhão por ano, 12 vezes mais que o Brasil. Rossato alerta ainda que é preciso investimentos para ser manter a soberania nacional, especialmente na região da Amazônia. 

"Se nós não tivermos isso, toda aquela área da Amazônia vai voltar a ser aquele verde exuberante, sem ninguém lá dentro, como é o interesse, talvez, de grande parte do mundo. Nós entendemos isso como responsabilidade da Força Aérea, mas ela tem que ser dividida com toda a sociedade brasileira", disse o comandante da Aeronáutica.

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Durante a audiência, o senador Jorge Viana (PT-AC) se mostrou preocupado com os investimentos em pesquisas espaciais e sugeriu que a Comissão de Relações exteriores e Defesa Nacional destine emendas ao Orçamento para fortalecer e garantir a manutenção dos projetos de defesa do Brasil.

"Identificar as prioridades do que deveriam ser e dizer ‘dessas aqui nós não vamos aceitar orçamentos que põem em risco a soberania do país, que destruam um patrimônio que o Brasil construiu durante décadas’. Então, acho que tem que ser um compromisso. Não vamos aceitar ficar com orçamentos menores do que vizinhos que não têm essa exigência que tem num país continental como o nosso", disse Viana.

O comandante da Aeronáutica ainda pediu atenção urgente para a necessidade de se modernizar a frota de aviões radares, que fazem o patrulhamento das fronteiras brasileiras e que estão se tornando obsoletos devido à falta de recursos.

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