Visita 'histórica' de Erdogan aos EUA não produziu o resultado que a Turquia queria

© REUTERS / Joshua RobertsO presidente dos EUA, Donald Trump, conversa com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, na chegada entrada da Ala Oeste da Casa Branca, em Washington, EUA, em 16 de maio de 2017.
O presidente dos EUA, Donald Trump, conversa com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, na chegada entrada da Ala Oeste da Casa Branca, em Washington, EUA, em 16 de maio de 2017. - Sputnik Brasil
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aparentemente não fez concessões quanto a duas questões sensíveis à Turquia durante uma breve reunião com Recep Tayyip Erdogan em Washington, disse à Sputnik o analista político Victor Nadein-Raevsky, do Instituto de Economia Mundial e Relações Internacionais de Moscou.

"Os turcos apresentaram a visita como um evento histórico que deveria suprir a falta de entendimento na relação bilateral. Ancara esperava que os EUA fizessem concessões pelo menos em duas questões", disse Nadein-Raevsky.

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O primeiro ponto de disputa entre Washington e Ancara tem a ver com a extradição de Fethullah Gülen, um clérigo recluso acusado pelas autoridades turcas de conspirar para derrubar Erdogan no fracassado golpe de 2016. O pregador turco vive nos Estados Unidos desde 1999.

Claramente, Washington "não está pronto para atender às demandas de Ancara, já que Gülen não quebrou nenhuma lei nos EUA", explicou o analista.

Os laços estreitos de Washington com partidos curdos considerados terroristas pelos turcos, são outra questão que aflige o já tenso relacionamento bilateral.

Na opinião de Nadein-Raevsky, Erdogan parecia não parecer um político que conseguiu o que queria durante o encontro com Trump, que aconteceu na terça-feira. "Uma pessoa tem a impressão de que Trump queria principalmente reafirmar os compromissos bilaterais e 20 minutos foi suficiente para isso", acrescentou o analista.

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Isso, porém, não significa que a visita deve ser considerada um fracasso para Erdogan. "Os turcos, evidentemente, não conseguiram conquistar o apoio a suas principais iniciativas na Síria e sobre Gülen, mas os dois países estão gradualmente remendando seus laços militares", disse o analista.

O presidente do Conselho para as Relações Exteriores a Política de Defesa, Fyodor Lukyanov, disse à Sputnik que a duração da reunião era significativa.

"Eles tiveram tempo suficiente para mostrar que ambos os países mantêm relações de trabalho, mas os principais desafios não estão em discussão", acredita ele. "Eu acho que isso significa que as negociações sobre as questões mais preocupantes para os turcos estão fora de questão".

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