Ogivas nucleares dos EUA permanecem na Itália apesar do tratado de não proliferação

© AFP 2023 / MARCELLO PATERNOSTROInauguração dos exercícios Trident Juncture em Trapani, na Itália
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Lamentavelmente, os políticos italianos "dependem completamente de Washington, eles dizem uma coisa para os cidadãos e fazem outra – aquilo que Washington quer", opina o jornalista italiano, Fabrizio Di Ernesto.

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Os italianos estão cansados da presença militar dos EUA no seu território, que entre outras coisas representa uma ameaça para o ambiente e para a saúde dos cidadãos. Será que os políticos não ouvem o povo? O jornalista italiano, Fabrizio Di Ernesto, autor do livro "Porta-aviões Itália: 60 anos de presença da OTAN no nosso país" (o nome em italiano é "Portaerei Italia: 60 anni di presenza militare USA-NATO nel nostro Paese"), comentou a situação em uma entrevista à Sputnik Itália.

"Há poucas pessoas que sabem que apesar do fato de a Itália ter assinado o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, no seu território, nas bases de Ghedi e de Aviano, há ogivas nucleares dos EUA. O governo da Itália não confirma este fato, mas o ex-presidente dos EUA, Bill Clinton, contou sobre isso tranquilamente em uma entrevista, no ano de 2005, e ninguém reagiu. No território do nosso país há cerca de 70 bombas nucleares. Isto num país que votou contra no referendo sobre a energia nuclear e assinou o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares", disse Di Ernesto.

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O especialista disse que a história ensina que todos os políticos italianos que de alguma forma se opuseram ao governo dos Estados Unidos não tiveram um fim muito feliz, basta lembrar o destino de Aldo Moro (ex-premiê da Itália que foi sequestrado em 16 de março de 1978 pelo grupo guerrilheiro Brigadas Vermelhas).

O especialista não pensa que os políticos italianos atuais têm possibilidade de se opor a essas bases, especialmente porque eles são quase inteiramente financiados pelos Estados Unidos. De fato, alguns políticos pedem mesmo para se aumentar esse financiamento, assinala Fabrizio Di Ernesto. "Quanto mais você paga a essas estruturas internacionais, com tanto mais apoio deles pode contar". Segundo o jornalista, é mesmo por essa razão que ninguém na Itália quer mudar alguma coisa.

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