Especialista russo comenta mudança na balança de poderes no mar do Sul da China

© Foto / Marinha dos EUA / David MercilNavios de guerra dos EUA no mar do Sul da China (arquivo)
Navios de guerra dos EUA no mar do Sul da China (arquivo) - Sputnik Brasil
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Recentemente, analistas norte-americanos do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) publicaram uma investigação científica que propõe medidas para conter a China na "zona cinzenta". O especialista militar russo, Vasily Kashin, comentou o conteúdo do relatório para a Sputnik China.

Esse trabalho representa uma análise completa das ações da Republica Popular da China nas regiões disputadas dos mares da China Oriental e do Sul da China, bem como a possível reação norte-americana. 

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O especialista militar informou à Sputnik China que o relatório "Contra a coerção na Ásia Marítima: Teoria e prática da dissuasão da Zona Cinzenta" detalha as mais sérias crises navais, onde contaram com participação chinesa, incluindo as tentativas dos chineses de atrapalhar operações dos navios da inteligência norte-americana Inpeccable no mar do Sul da China em 2009, as crises ligadas às ilhas Senkaku (Diaoyu) em 2010 e 2012, e finalmente, o projeto chinês de construção de ilhas artificiais no mar do Sul da China, lançado em 2013.

Segundo Vasily Kashin,"cada incidente é apresentado segundo o ponto de vista dos EUA ou dos seus aliados, pois é improvável que tais conclusões poderiam ser aceitas pelos chineses ou por quaisquer especialistas não envolvidos no problema. No entanto, o relatório contém um grande número de estimativas e fatos, que os torna bastante válido para os que prestam atenção na situação da região".

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Quanto às recomendações para "resistir à estratégia de coerção chinesa", o especialista russo apontou que "o relatório se distancia da realidade". Em sua opinião, "é pouco provável que EUA sejam capazes de conduzir alguma política lógica em relação à China, pois a posição [norte-americana] muda rapidamente e de modo imprevisível".

Segundo ele, a situação no mar do Sul da China não foi alterada. É sabido que nos últimos meses a administração de Trump vem tentando impedir o Pentágono de realizar patrulhamento das águas ao redor da ilha Spartly. O especialista indica que EUA precisam muito da cooperação com a China quanto à questão coreana, assim, a Casa Branca prefere não irritar os chineses mais uma vez.

"Outra recomendação crucial do relatório trata-se do fortalecimento das alianças na região, que também é difícil ser posto em prática", supõe Vasily Kashin.

"As posições dos EUA no Sudeste Asiático começaram a enfraquecer ainda quando Barack Obama assumia presidência e essa tendência permanece sem mudanças com Trump no poder", disse.

Quanto ao nordeste da Ásia, a exigência de Trump que Coreia do Sul pague pela instalação do sistema de mísseis THAAD mostra que a Casa Branca não entende a base das relações entre os dois países na área de segurança, opina o especialista.

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No mar do Sul da China, os chineses já conseguiram atingir mudanças significativas no balanço de poderes. Consequentemente, é pouco provável que alguma estratégia norte-americana conseguirá mudar a situação. Ao mesmo tempo, no mar da China Oriental, as tensões são prolongadas, mas deve-se levar em consideração a situação da política interna do Japão, frisa Vasily Kashin.

Para balancear, o especialista militar russo destaca que "descrição profunda de tática e estratégia da China em relação às disputas territoriais poderia ter ajudado os EUA anos atrás, mas provavelmente não mudará a situação atual".

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