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'Baixada Nunca se Rende': Quando a música e a arte derrotam a violência (VÍDEOS)

© Foto / Divulgação / Facebook Baixada Nunca se RendeBaixada Nunca se Rende
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Está marcada para a próxima quarta-feira, no Rio de Janeiro, a estreia do documentário "#BXD – Baixada Nunca se Rende", que aborda como a música e as artes podem dar um chega para lá na violência em uma das regiões mais carentes do estado.

Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, o músico Renato Aranha, também um dos coordenadores do Coletivo ‘Baixada Nunca se Rende’, contou mais detalhes sobre o filme produzido pelo Centro Mundial para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (Centro Rio+), em parceria com músicos da Baixada Fluminense.

“O filme é interessante porque revela uma produção artística que já estava ligada ao desenvolvimento sustentável muito antes até de saber que esse nome era dado […]. Muitos outros artistas que existem na Baixada Fluminense já tratavam desse assunto porque sempre foi emergencial para a gente”, explicou Aranha.

“E o documentário mostra ao mesmo tempo essas mazelas da Baixada Fluminense, que muitas vezes ficam a desejar por falha do poder público, mas também mostra que a Baixada Fluminense não é só essa questão da violência e que também é um celeiro cultural. Aqui tem muitos atores, muitos músicos e muitos agitadores culturais”.

Produzido pelo italiano Chistian Tragni e pela brasileira Juliana Spinola, o filme com 65 minutos de duração nasceu de certa maneira de uma forma inusitada, conforme relembrou Renato Aranha. Foi o contato entre Eddi MC, um rapper da Baixada Fluminense e também coordenador do projeto-piloto cultural chamado “Música para Avançar o Desenvolvimento Sustentável”, com a volutária da ONU Denise Martins, que deu início à ideia do documentário.

“Quando a Denise Martins falou para o Eddi que havia essa proposta, esse projeto da ONU para popularizar as ODSs (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável), o Eddi já sabia dessa reunião dos artistas e falou assim: ‘ó, eu já tenho um coletivo de artistas que pode ser muito útil no desenvolvimento desse projeto’. E aí surgiu a primeria reunião, e aí veio o diálogo e a parceria”, revelou Aranha.

O projeto inspirador do filme começou em junho de 2016, envolvendo quase cem músicos e bandas da região metropolitana do Rio. O projeto visava transformar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) em algo do dia-a-dia da sociedade civil, além de mudar a imagem da Baixada, de um lugar violento para um polo disseminador de cultura e sustentabilidade.

As ODSs integram o plano global debatido pela Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. O mesmo foi posteriormente ratificado pelos 193 países-membros no fim de 2015. O Rio é considerado como o berço da agenda, que visa direcionar padrões de desenvolvimento rumo a um desenvolvimento sustentável e equitativo que beneficie todos.

Objetivos

Tida como uma das regiões metropolitanas mais violentas do planeta, a Baixada Fluminense é composta por 13 municípios: Belford Roxo, Itaguaí, Japeri, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados, Seropédica, Duque de Caxias, Guapimirim, Magé e São João de Meriti. Juntas, as cidades possuem um total aproximadamente 3,6 milhões habitantes.

A organização coletiva do projeto e o poder de alcance para modificar vidas envolvem a narrativa central do documentário, que foi produzido entre janeiro e fevereiro deste ano em Belford Roxo, Nova Iguaçu e Duque de Caxias. A ONU considera o projeto pioneiro e a meta é levar a experiência fluminense para outros 166 países em desenvolvimento, lançando mão da música e das artes para implementar objetivos globais de inclusão e sustentabilidade.

Para Renato Aranha, a divulgação e replicabilidade do projeto são pontos importantes mostrados pelo documentário. No âmbito local, as metas são ainda maiores e já estão devidamente traçadas.

“O objetivo nosso é transformar a nossa arte em algo sustentável. Ou seja, muitas das vezes os artistas da Baixada Fluminense têm dificuldade em ter acesso ao meio, e transformar a sua produção artística. Eu estou falando da música porque é um meio que eu convivo, mas [vale para] outros também como o teatro, o artesanato e outras atividades artísticas, que têm dificuldades para se inserir no mercado”, comentou.

A expectativa é que a exibição do filme na próxima quarta-feira, no Cine Odeon, no centro do Rio, às 18h30, com entrada gratuita, ajuda não só a divulgar o trabalho que já vem sendo feito, como também traga parceiros – sejam públicos ou privados – para contribuir com os artistas que levam as suas paixões adiante, seja na música, no teatro ou nas demais artes.

Depois da exibição do filme haverá um show de músicos do ‘Baixada Nunca Se Rende’, com um lançamento de um CD com músicas inéditas dos artistas sobre desenvolvimento ambiental e social.

“Nós formamos uma banda coletiva que é composta por 15 músicos – oito instrumentistas e sete vocalistas. Estará sendo lançado o CD promocional com sete faixas, o CD que também se chama ‘Baixada Nunca se Rende’, com sete artistas da Baixada Fluminense, porque a intenção é conseguirmos apoiadores para gravarmos 17 faixas que seria, assim, uma faixa para cada ODS. Depois da exibição do filme, a gente terá a apresentação da banda OXD. Ninguém pode perder essa”, concluiu Aranha.

Depois do Rio, o documentário será exibido em todos os países em desenvolvimento em que o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) tem representação, além de ser disponibilizado a veículos internacionais de notícias, tais como RAI Italia, Al Jazeera, BBC, AFP e CNN.

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