Ásia poderia vir a enfrentar sua própria crise dos mísseis de Cuba?

© Sputnik / Ilia Pitalev / Acessar o banco de imagensO caminhão Zil-130 que transporta um drone norte-coreano no desfile militar que marca o 100º aniversário do fundador da Coreia do Norte, Kim Il Sung, em Pyongyang. 15 de abril de 2012.
O caminhão Zil-130 que transporta um drone norte-coreano no desfile militar que marca o 100º aniversário do fundador da Coreia do Norte, Kim Il Sung, em Pyongyang. 15 de abril de 2012. - Sputnik Brasil
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O governo do Japão decidiu atualizar as instruções dos sistemas de alerta J-Alert e Em-Net, que devem ser seguidas pelos seus cidadãos em caso de lançamentos de mísseis norte-coreanos.

Entretanto, segundo pesquisas, a maioria dos japoneses apoia o cenário da aplicação de força caso ataque militar da Coreia do Norte seja realizado. Vale destacar que o Japão já começou a construir abrigos subterrâneos, bem como a se preparar para Terceira Guerra Mundial. O mesmo passo foi dado pelos americanos na época da Guerra Fria.

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De acordo com historiadores, o mundo está à beira de uma guerra nuclear mundial, tendo alcançado anteriormente tal cenário na época da crise dos mísseis de Cuba. Depois de 55 anos, a situação é presenciada mais uma vez na península da Coreia. 

"EUA provocaram mais uma vez a Coreia do Norte. A Coreia do Norte, por sua vez, mostrou durante desfile militar equipamentos que causaram preocupação do Japão. Em particular, foi exposto o míssil KN-11 Pukgeukseong-1 para submarinos. Vários modelos do míssil BM-25 Musudan […] Além disso, foram expostas maquetas do míssil balístico intercontinental do tipo Topol-M", comunicou à Sputnik Japão o analista militar russo, Vladimir Evseev. 

Segundo ele, trata-se de avanços no desenvolvimento de armas espaciais e mísseis. O KN-11 conseguiu voar 400 km. Tal façanha, segundo Evseev, deixa Japão inquieto e, possivelmente, faz com que ele pense na possibilidade de criação de suas próprias armas nucleares. 

"É claro que a Coreia do Norte não vai parar com o seu programa, por isso esse é momento para negociar a limitação do potencial nuclear da Coreia do Norte", afirma Evseev. 

© Sputnik / Ilia Pitalev / Acessar o banco de imagensMaterial bélico da Coreia do Norte mostrado durante o desfile militar
Material bélico da Coreia do Norte mostrado durante o desfile militar - Sputnik Brasil
Material bélico da Coreia do Norte mostrado durante o desfile militar

"A ameaça norte-coreana ao Japão é discutida há muito tempo, cenários apocalípticos são previstos. Mas não seria lógico para o povo norte-coreano atacar primeiro, seria suicídio", afirma o especialista em questões japonesas, Valery Kistanov. 

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Entretanto, Kistanov acrescenta que o presidente atual dos EUA dá passos inesperados, comprovados com o recente ataque à Síria e ao Afeganistão, onde os norte-americanos explodiram a maior bomba. 

"Os norte-americanos estão prontos para acabar com o regime de Kim Jong-un, trocando-o pelo seu próprio. O objetivo seria controlar sem problemas a península Coreana e deslocar para a região armas estratégicas norte-americanas não somente para a Coreia do Sul, mas para a Coreia do Norte, ou seja, para perto das fronteiras com a China", adiantou Kistanov à Sputnik Japão. 

Segundo outro analista militar, Georgy Toloraya, ninguém vai iniciar uma guerra mundial por causa do programa nuclear da Coreia do Norte, nem mesmo por causa do Iraque, Líbia ou Síria.

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"Acredito que o primeiro-ministro Abe utilize esta ameaça para justificar o crescimento do seu potencial militar. Trata-se de acabar com a constituição pacifista imposta pelos EUA após a guerra", acrescenta Valery Kistanov. 

Segundo ele, mesmo que o conflito não seja nuclear, dezenas e até mesmo centenas de milhares de pessoas fugiriam para a região que compreende a península Coreana, Rússia, China e Japão, este último pode vir a enfrentar um fluxo descontrolado de refugiados. E os japoneses consideram esta ideia, pois o perigo de terroristas invadirem o país junto com refugiados, assim como aconteceu na África e na Europa, é possível.

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