'A presença de russos na cidade é um bom sinal para todos'

© Sputnik / Mikhail Voskresensky / Acessar o banco de imagensSoldados sírios em Deir ez-Zor
Soldados sírios em Deir ez-Zor - Sputnik Brasil
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Enquanto a intensidade do conflito na Síria está diminuindo, a situação em Deir ez-Zor, cercada por militantes do Daesh, permanece muito grave: a escassez de comida e de água potável é agravada pelos bombardeios diários.

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Arriscando a sua vida, um jornalista da Sputnik visitou Deir ez-Zor, sitiada pelo Daesh, onde ele passou duas semanas para perceber como vivem os habitantes e os defensores da cidade, em condições extremamente duras e com falta de munições. 

Hoje em dia só um terço da cidade, a parte controlada pelo exército sírio, pode ser visitada, as outras duas partes na posse do Daesh são terra incógnita. 

A primeira coisa que salta aos olhos é que não há ruas onde se possa circular livremente: todas as ruas foram transformadas em um labirinto de blocos e de postos de controle.  A linha da frente passa no meio da cidade e os soldados da Guarda Republicana formaram várias linhas de defesa.

© Sputnik / Mikhail Voskresensky / Acessar o banco de imagensDeir ez-Zor
Deir ez-Zor - Sputnik Brasil
Deir ez-Zor

Em vários bairros não há água corrente, esta é fornecida através de tubagens provisórias instaladas ao longo das ruas, algumas vezes por semana. Cada vez que é fornecida água, dezenas de pessoas se juntam com recipientes para a recolher. 

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Um mercado improvisado é organizado em uma rua pequena no centro da cidade. Os preços aí são cada vez mais elevados. São vendidas as plantas aromáticas provenientes das hortas locais, bem como arroz, ovos e farinha. A carne, a fruta e os legumes são inacessíveis há vários anos. 

"Temos uma geração de crianças com menos de cinco anos que não conhecem o gosto de tomates e pepinos, para não falar de fruta. Geralmente comemos uma vez por dia. Economizamos tudo: devemos sobreviver e esperar que o exército rompa o bloqueio", contou uma mãe de seis filhos. 

Para ela não é importante a forma como vai morrer: das balas ou de fome. 

"Vocês chegaram e isso é uma grande alegria. A Rússia nos protege, sem os vossos aviões teríamos sido degolados e descartados em uma sarjeta, e as bandeiras negras do Daesh teriam sido içadas acima das nossas casas. Haver russos na cidade é um bom sinal, isto significa que o cerco será rompido e vamos ser salvos", acrescentou um homem. 

Apesar da infelicidade, do drama e das condições extremas da vida, os habitantes de Deir ez-Zor continuam otimistas. 

© Sputnik / Mikhail Voskresensky / Acessar o banco de imagensJogo de futebol entre os locais em Deir ez-Zor
Jogo de futebol entre os locais em Deir ez-Zor - Sputnik Brasil
Jogo de futebol entre os locais em Deir ez-Zor

Para fugir da realidade triste, do sangue e dos mortos eles organizam os jogos de futebol com estádios cheios de pessoas com fotos de Bashar Assad nas mãos. 

"Não vamos sobreviver se vivermos sem alegria e no medo. O futebol nos permite esquecer das nossas infelicidades e experimentar as alegrias da vida. Somos homens, queremos viver e vivemos durante 3 anos graças à nossa esperança", disse um apoiante jovem com a bandeira da Síria.

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